Poeta Mário Querino 03/02/2019 |
É claro, ao chegar mais
De 50 anos de idade,
O mundo já se desanda
E toma a boa vontade
De viver com regozijo.
Pois no corpo dói tudo
E nada se pode fazer
Ainda que faça estudo
Para a pontar remédio,
A Ciência e Tecnologia
Não conseguem achar
Substância pra todo dia
O corpo ingerir e parar
De doer, ter mais gosto
De viver neste mundo
Feliz ao lado de outros.
Vejo que, quando era
Criança e adolescente,
O mundo tinha sentido,
Quando jovem, doente
E com um pensamento
Completamente à-toa,
Fiquei perambulando
Na Terra entre pessoas
Que olhavam diferente,
E me viam como louco.
Além de meu intelecto
Sofrer, ainda o corpo.
Já passei dos 56 anos,
Por mais que eu tenha
Vontade de viver aqui,
Vejo no trilho a penha
Que já me serve sim,
De tropeço nesta vida.
Ainda usando Dinamite
A rocha não é destruída.
Pois o problema não é
A pedra no caminho,
E sim, o tempo da vida
Que há neste cantinho.
Então, nesse caso, não
Há remédio para idoso
Viver com júbilo, força
E vontade entre o povo.
Às vezes quer fazer algo
Que nunca quis antes,
Ora, por que não pode
Realizar, nem ir avante.
Pois quando podia fazer,
A moleza era medonha.
Agora, que já está idoso,
Quer fazer, e até sonha.
Então, quem for criança,
Adolescente e jovem,
Não deixe de fazer tudo,
Enquanto tudo pode.
Os 50 anos se aproxima,
A vontade de fazer vem,
Porém, já é desanimado
O corpo força não tem,
Prazer e regozijo se vão,
Pois as dores aparecem,
A Ciência e a Tecnologia
Amanhecem e enoitecem
Fabricando os remédios
Para combaterem a dor
Que o corpo idoso tem,
E só passa se o Senhor
Levar para a ultravida.
Ao contrário, é sofrer
Enquanto nesta Terra
O espírito no corpo ser
O seu movimentador.
Claro, ao chegar os 56
Anos meus, esta vida
Desmorona cada vez
Que um novo dia vem.
E nada posso fazer não,
No Distrito de Bananeiras,
Meu cantinho do sertão.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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