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| Poeta Mário Querino 22/05/2019 |
Às 2 horas e 20 minutos,
Me acordei, me levantei
E comecei a refletir a vida.
Certamente eu encontrei
Uma solução para viver
Melhor no planeta Terra.
Pois já reconheço que eu
Não sou no pé de serra,
Mais aquele cara pujante
Que fazia tudo numa boa.
Então, nesta madrugada
Percebi que sou a pessoa
Mais fraca e sem ânimo.
Mesmo que eu tenha fé
E força de vontade aqui,
Quando procuro os pés,
Já percebo que não sou
Mais o mesmo de antes.
Ao usar os meus braços
Noto no mesmo instante
A fraqueza inesperada.
E assim, todo meu corpo
Já não serve mais não,
Para fazer serviço grosso,
Ou melhor, exigente sim,
De força e habilidade.
Já largo, não por preguiça,
Porém, pela minha idade.
Claro, eu devo então ficar
Já conformado com tudo,
Porque breve preciso sair,
Fazer de conta que mudo,
Cego e surdo já sou aqui.
Pois se eu querer avançar
Em trabalho de jovens,
Meus dias vão se abreviar,
E o que vai me adiantar?
Vou perder minha saúde
Só para ganhar dinheiro,
E após gastar sem virtude
Querendo a saúde de volta?
Então, prefiro ficar neutro,
Quando o ofício for pesado,
Pois a saúde não há preço.
Nenhum dinheiro pagará
A saúde de um corpo
Humano no planeta Terra.
Então, vou perder o gosto
De querer fazer trabalho
Que não é mais para mim.
Agora, já faço de conta
Que tudo chegou ao fim.
Por que eu não sou besta,
Pra correr atrás de grana,
E passar sem a boa saúde
Semana e mais semanas.
E obviamente gastar sim,
O dinheiro que eu recebi
Com remédio para tirar
As dores que eu adquiri
No trabalho sem precisão.
Claro, achando que ainda
Era o mesmo de 18 anos,
Não é Sabedoria divina,
Pode ser inconformidade.
Porém, como eu não sou
Besta, já reconheço sim,
Que minha era já passou,
E agora, devo deixar sim,
Para os meus filhos.
Pois eles estão no início
E precisam seguir o trilho,
Para conseguirem algo
Lícito e viver ditosos sim.
Agora, somente vontade
Deve continuar em mim.
Porque já não sou nada
No campo de trabalho,
Obviamente, entre jovens,
Percebo que só atrapalho.
Porém, agradeço por tudo
Que já fiz no planeta Terra
Sobretudo em Bananeiras,
Meu querido pé de serra.
Mário Querino – Poeta de Deus
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