Agora escreverei sim,
Uma canção de amor,
Amor que vive longe
Dos meus olhos e calor
Do meu corpo preso
Numa casa sem o sol,
Sem lua e sem estrelas,
Somente vivo em prol
Da Marisa, que está
Comigo, porém, longe
De tudo e de todos,
Num espaço grande.
Então, canto assim
Nesta quinta-feira,
Neste pé de serra
Titulado Bananeiras:
Eu estou aprisionado,
Sem cometer delitos,
Já não ando nas ruas
Deste amado Distrito.
Não posso ver a Lagoa
De Santa Efigênia, nem
A Chácara Santa Maria,
Não posso ver também
Tantas coisas boas
Que tem Bananeiras,
E fico preso nesta
Casa uma vida inteira.
Tenho direito de ver
O clarão do sol sim,
Vejo o brilho da lua
Por brechas ruins.
Nem todo mundo
Tenho direito de ver.
Se a pandemia seguir,
De fato, vou morrer.
Pois não vim à Terra
Para ser aprisionado,
Já quero a liberdade
Que tinha no passado.
Esta vida não é vida,
Para um apaixonado.
Não vale ter a Marisa
E viver separados.
Mas é bom, para dar
Valor a liberdade.
Essa dor que eu sinto
Me tira a vontade
De viver no mundo.
Amar e ser amado
É o prazer que tem
Um cara apaixonado.
Não cometi delitos
E estou assim preso,
Isso não é justo não,
Mas sofrer eu devo,
Para valorizar a paz,
O amor e felicidade
No meu pé de serra,
Onde tive liberdade.
Agora, eu vou parar
De cantar esta canção,
Pro Covid-19 não ferir
Mais ainda meu pulmão.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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