Este povo de Pindobaçu
Carece abrir os olhos sim,
Pois eu sonhei algo mais
E penso que é coisa ruim.
Sonhei que está tendo
A nuvem de gafanhotos
Que o povo estava sim,
Visando de contragosto.
Esses gafanhotos estão
Invadindo tudo, é claro,
E o povo precisa fazer
Algo mais. Ora, declaro
Que neste sonho eu vi
A nuvem invadindo sim,
A serra e toda a região,
E tintim por tintim
Fazia grande medo ali,
Porque lá tem babaçu,
E na área que é baixa
Este povo de Pindobaçu
Já deve tomar cuidado.
Porque eles são ligeiros,
Logo devoram tudo sim:
Palmeiras, cajueiros,
Ingazeiras, nas grotas
Devoram até pintos.
Chagaram na chapada
E ganharam as lajinhas.
Já devoram bananeiras,
Caíram na varge grande,
Mas não se afogaram
Nem perderam sangue.
Cercaram olhos d’água,
Pois são terríveis demais,
E essa nuvem é baseada
Sim nos poderes reais.
Este povo de Pindobaçu
Vai perder seu vegetal,
Por que os gafanhotos
São famintos neste local.
Daí então, eu me acordei
E resolvi descrever sim
Este sonho que eu tive,
Pois alerta muito a mim.
E talvez, já possa alertar
Você também que fica
Com os olhos fechados
Sem refletir a injustiça
Que comete essa nuvem
De gafanhotos na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu amado pé de serra.
Mário Querino – Poeta de Deus
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