Cada dia que se passa
Minha mente funciona
Inteiramente diferente,
E Deus sempre sonda
Conforme o seu querer.
Então o meu apreciar
Há uma profunda visão
Que faz a mente pensar
Em lances que sempre
Vêm do meu coração.
E isto só me deixa sim
Com mais pretensão
De me isolar todo dia,
Sem mais mirar voltar
Para rever minha casa
Que tenho nesse lugar
Intitulado Bananeiras.
Porque eu já pressinto
Que a minha presença
Já incomoda o recinto
E em verdade, é doído
Para quem ama a terra
E ouvir conterrâneo
Deste bom pé de serra
Indagar: “Quem é esse
Cara que não conheço,
Nem como se chama?”
É óbvio, isso eu mereço,
Pois desde criança sou
Vizinho e vivo na praça.
Mas hoje em dia, vivo
Aqui assim sem graça
Perante a sua visão,
Porque luz Deus me dá,
E você vive tão infeliz
Só porque me vê brilhar.
E para não escandalizar
A Palavra do Senhor,
Viver distante é melhor,
Ainda trazendo a dor
Dentro do meu coração,
Ainda sozinho sem,
Ouvir alguém que amo,
Eu me sinto muito bem.
Sei que os olhos choram
A dor da saudade,
Da terra onde nasci,
Cresci e na mocidade
Encontrei o puro Amor
Que modifica a vida
Deste cara romântico,
E sentimental. Marisa
Ainda me prende nessa
Admirável terra
Intitulada Bananeiras,
Meu bom pé de serra.
Contudo, meu prazer
Minha paixão e amor
Então sim sufocados.
Por isso isolado estou
No dia de hoje aqui,
Mas contemplo a serra,
E os montes que fazem
Eu voltar a essa terra
Onde nasci, cresci e vivo
Vendo quem não sabe
Meu nome, nem conhece
A minha pessoa. Só cabe
Ao Senhor o julgamento
Do meu terno coração,
Porque não devo forçar
Ninguém neste sertão.
Se não quer conhecer
A minha pessoa, nada
Perderei, nunca entrou
Na minha singela casa...
E certamente, eu nunca
Precisei ir à sua casa
Como um convidado,
Nem para buscar nada.
Então tanto faz eu aí
Como eu aqui distante.
Sobretudo no Distrito,
Pé de serra importante.
Em verdade, em verdade
Deus ficaria com dó
Da minha pessoa,
Se eu estivesse na pior
Neste exato momento
Em que redijo a poesia.
Mas confesso que eu
Aqui tenho mais alegria.
Aqui eu vejo as plantas
Floridas e dançando
Pela força do vento,
Vejo as aves cantando,
Animais e répteis felizes,
Insetos que me alegram,
Vejo até alguns peixes
Na minha boa cisterna,
E vejo as pessoas sim,
Trilhando pela estrada
E apreciando ditosas
A minha singela casa
Que fica na Chácara
Santa Maria. Ora, isto
É agradável para mim
E sem dúvida, pra Cristo.
Então, não fico triste
Se algum ser humano
Disser que não conhece
Neste cantinho baiano
Este cara que nasceu,
E cresceu sem mostrar
Cara feia a ninguém,
E segue sem desonrar.
Pois o meu objetivo
É amar para sempre,
E quem ama jamais
Quer contristar gente.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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