Eu por curiosidade,
Voltei ao passado
E vi sim, mãe Dedé
Ditosa ao meu lado
Ensinando contas
De multiplicar, dividir
E somar, e ensinou
Também de diminuir.
Ora, eu tinha 7 anos
De idade no tempo
Em que eu tive sim
Bom contentamento,
Era o meu primeiro
Ano de Escola sim.
Eu todo empolgado,
Lia o ABC até o fim.
Daí então, mãe Dedé
Pegou uma folha sim
De papel, furou um
Buraco e disse a mim:
“Saberei se você sabe
Mesmo o alfabeto.”
Então me mostrou
Uma letra, e o resto
Oculto para eu não
Ver, pois mãe Dedé
Achava sim, que eu
Só sabia ler do A até
Ao Z, claro, decorado.
Então, ela empurrava
O papel e outra letra
Surgia. Ela indagava:
“Zinho, que letra é
Esta?” Eu dizia: mê!
De novo ela indagava:
“Um mê de quê?”
Eu dizia: mê de mãe!
Daí mãe afirmava:
“Você está sabendo.”
Então eu guardava
O meu ABC, e ia sim,
Brincar no quintal
Com chifres de boi
Dentro de um curral
Feito com pedaços
De pau sim, enfiados
No chão do quintal,
Até eu ficar abusado.
Eu também me vi
Vestido numa roupa
De D. Pedro I sim,
Foi uma coisa louca,
Eu com uma espada
Na mão, desfilando
Na frente de colegas
No cantinho baiano
Titulado Bananeiras,
Onde eu nasci, cresci
E estou vivendo sim,
Até agora aqui.
Nessa era eu tinha
12 anos de idade,
Fiz ação de D. Pedro I
Com muita seriedade.
Aos 18 anos de idade,
Fiz papel de São José
No Templo Católico,
Pois Jesus de Nazaré
Completava anos sim.
Aos 20 anos de idade,
Encontrei Maria José
Com muita felicidade,
E fiquei apaixonado
Ou ela me apaixonou,
Que até agora, vive
Esse profundo amor.
Aos 26 anos de idade
Casei-me com Maria
José, tempo em que
Os sogros faziam
Uma grande festa,
Por ter a expectativa
De o casamento ser
Para toda uma vida.
Daí deixei o passado
E voltei ao presente,
Onde estou sozinho,
Mas virá sorridente
D. Maria José Galvão
Intitulada D. Marisa,
Para eu ficar ditoso
E bem com a vida.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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