Ora, eu estava calmo,
Quer dizer, pensativo,
De repente aparece
Alguém e fica comigo.
Daí me faz perguntas
Sim, fora da realidade
Que vivo na Chácara
Santa Maria. Na idade
Que eu estou já tenho
Muito conhecimento
Na vida que me leva
Até o bom momento.
Ora, alguém para rir
Da minha cara, por ser
Caipira, quis de mim
Com deboche saber
Quantas línguas aqui
Eu falo. Daí eu objetei
Com muita convicção:
Ora, falar várias eu sei.
Daí então, alguém riu
Sim, olhando pra mim.
Após me pediu pra eu
Falar tintim por tintim
Ao menos seis línguas
Que é o normal saber
Em nosso amado país.
Daí eu disse: pra você
Falarei sim dez, certo?
Alguém olhou pra eu
E arregalou os olhos
E disse: “Senhor Deus!
Como um caipira sabe
Falar tantas línguas?
Dez línguas? Não é não,
Fácil se saber, e ainda
Sendo caipira, eu acho
Que seja coisa de Deus.”
Daí alguém mandou eu
Falar, e mandei meus
Mandamentos com fé,
Ledice e conhecimento:
Língua de porco, cavalo,
Vaca, bode, jumento,
Cadela, gato, periquito,
Tem a língua de cobra,
E pra não ir mais além
Cito a língua de sogra.
Ora, alguém ficou sim
Olhando-me com cara
De gente surpreendida,
E daí me falou: “Cara,
Você é o cara na língua,
Fala até língua de sogra,
Principalmente a língua
De veneno, a da cobra!
Nenhum linguístico fala
Como fala você na Terra,
Sobretudo neste seu
Admirável pé de serra
Intitulado Bananeiras,
Onde fica sua Chácara
Santa Maria. Eu não
Esperava esta graça
Que você usufrui aqui
Ao lado de D. Marisa,
Isto é coisa de Deus,
Pois as pessoas amigas
De Deus auferem sim
A Ciência e se inspira
Na Natureza com fé,
Ainda sendo caipira.”
Ora, quem pergunta
Quer saber, e não fica
Inquire sem resposta,
E a pessoa linguística
Carrega uma bagagem
Espetacular na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Mário Querino – Poeta de Deus
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