Um relato da minha
Vida neste Distrito
Desde eu criancinha,
Para quem não sabe
Quem eu sou. Agora,
Vou expor um pouco
Da minha vida. Ora,
Eu nasci no Distrito
De Bananeiras, na Rua
Do Cemitério, que já
Ganhou sim, pela sua
Estrutura nome novo.
Atualmente é titulada
Rua São José, onde
Ainda mantém a casa
Que eu fiquei um ano
Morando nela sim.
Após fui para a Praça
Da Igreja até ao fim
Do viver de meus pais.
Claro, já andei por aí,
Quebrando a cabeça,
Mas retornei pra aqui
Por não achar campo
Ideal para mim, pois
Sou uma pessoa fora
Do que meu pai foi.
Por isso estou ditoso
Na Chácara Santa
Maria. Pois eu aqui
Vejo várias plantas,
Vejo insetos, répteis,
Peixes, animais, aves
E gente boa também,
São coisas agradáveis
Que me prende sim.
Eu contemplo ainda,
Os montes e serras
Coisas mais lindas
Que a Natureza tem
A me oferecer aqui
Na Chácara Santa
Maria. Por isso sair
Deste ambiente é
Eu viver sim à-toa,
Pelo Mundo afora,
Ainda tendo pessoas
Maravilhosas sim.
Mas para um cara
Como sou eu aqui,
Vida assim é rara.
Por que Querino?
Porque concentro
Sim a minha visão
E os pensamentos
Na trilha de Deus.
Ora, já fiz um teste,
E descobri que eu
Usando a Internet
Sinto-me melhor
Pra divulgar a paz
E amor do Senhor
Nosso Deus Pai.
Porque eu acho
Bom viver isolado?
Porque sempre eu
Fui assim separado
Desde sim, um ano
De idade. Pois eu
Era uma criancinha
Desnutrida, só Deus
Teve misericórdia
De mim, pra chegar
Até aqui. Ora, mãe
Escondia-me sim, lá
Num depósito, para
O povo não me ver
Nem falar isso: “Esse
“Menino vai morrer.”
Ora, sempre eu fui
Um cara reprimido,
Não é porque quero,
Gosto de ter amigos,
Mas não vivo bem
Entre muita gente.
É um costume nato,
Eu já ser diferente.
Não sei se isso vem
De Deus, só aceito
Como eu sou. Não
Acho-me perfeito,
E sim, um cara fora
De moda, sempre
Fui assim, na Terra
E entre esta gente.
Quem me conhece
Desde eu pequeno,
Sabe que meu jeito
É este, e já entendo.
Ora, sempre eu fui
Um cara de ter só
Um amigo pra fazer
Algo melhor ou pior
Na minha mocidade.
Muitos anos atrás,
O Prefeito solicitou
Poesia, eu fui capaz
De atender ditoso,
A ponto de eu ler
Numa grande festa
Que ele pode fazer
Congratulando sim
Por mais um ano
De emancipação
Do Município baiano
Titulado Pindobaçu.
Ora, segundo dito
De gente envolvida
Aqui no Município,
Tinha cerca de dez mil
Pessoas nessa festa,
E eu me senti sim, só
Após a leitura poética.
Porque eu não tinha
Um amigo do jeito
Que eu sou, pois eu
Não fico satisfeito
Na banca de bebida,
Nem procurando
Algo mais que tem
Na festa. E ficando
Neutro, a tal solidão
Entristeceu a vida
Deste cara que teve
Saudade de D. Marisa.
Então, a minha vida
Sempre foi assim,
Não é porque quero,
É força sobre mim.
Isto é desde um ano
De idade, quando
Eu ficava ali isolado
E mãe só esperando
A visita sair de casa,
Para poder me pegar
Lá no depósito sim,
E com ela eu ficar.
Porém, dou graças
Ao Senhor Deus,
Porque me ajudou
Até aqui. Agora, eu
Não tenho o poder
De tirar o costume
Da minha existência,
Nem tenho ciúme
De quem é civilizado.
Aceito a opinião sim
De todos na Terra, são
Livres iguais a mim.
Mário Querino – Poeta de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário