Ora, eu dialogando sim,
Com um senhor de 80
Anos de idade, já pude
Entender o que pensa
O ser humano de hoje
Em dia. Pois o senhor
Que teve uma infância
Na era em que o labor
Era sim o meio básico
Para se adquirir o pão
De cada dia, e a gente
Entre suor e satisfação
Ganhar sim o dinheiro
Com honestidade até
Debaixo de sol e chuva
Para não perder a fé,
Moral, caráter e a ética.
Então o senhor relatou
Um caso muito aberto
Que em mim já tocou.
Ora, ele me falou sim:
“Quando eu completei
12 anos de vida, recebi
Um dinheiro e comprei
O primeiro sapato. Ora
Quando calcei, eu achei
A coisa mais linda sim,
Nos pés. Daí eu andei
Feito bobo, só olhando
Para os meus pés sim,
Cada passo, a emoção
Crescia dentro de mim.
Ora, o senhor relatou
Muitas coisas da vida
Que teve na infância,
Mocidade e até da lida
Com 80 anos de idade.
O senhor não sabe ler,
Escrever nem falar bem
O Português, por ser
Uma pessoa que não
Frequentou Escola.
Porém, entre trabalho
Árduo, já tem agora
Uma vida equilibrada,
Já tem uma roça boa
E muitos conselhos
Para essas pessoas
Que vivem sem visão
Da existência nubente.
Ele também comentou
Que ralava contente,
Mesmo comendo farinha
Com cebola, por não
Poder comprar a carne,
E enfrentava o baião
(Como dizia mãe Dedé)
Das 6:00h até as 17:00h.
Era forçado lidar para não
Ser mandado embora.
Quando vinha o tempo
De seca, era obrigado
Deixar a sua terra natal,
Mulher e filhos amados.
Ora, a mulher tinha que
Caçar licuri sim, dentro
Do mato para comprar
Algo. Era um sofrimento,
Mas não havia tantos
Roubos como agora há.”
Ora, eu também calcei
Um sapato pra marchar,
Nessa época eu já tinha
Sim, 12 anos de idade.
Porque fui olhado para
Fazer na Comunidade
A função de D. Pedro I.
Meu pai Antônio Pereira,
Foi à cidade de Bonfim,
Porque em Bananeiras
Não há loja de calçados.
Então, o senhor de 80
Anos de idade, agora,
Ditoso da vida já tenta
Aconselhar aos jovens,
Pra que eles não visem
Somente o presente,
Pois tudo já está livre,
Porém no futuro, pode
Tudo isso que é jogado
Fora sem necessidade,
Faltar e ser obrigado
Trabalhar já sem poder.
Porque é melhor o fim
Da vida do que o início,
Já penso também assim.
Ora, se eu fosse redigir
Tudo que o senhor de 80
Anos de idade me falou,
O computador não aguenta.
Então, é melhor eu ficar
Por aqui, porque ainda eu
Preciso redigir algo mais
Se quiser o Senhor Deus.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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