sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

FUGI DO INFERNO SÓ A FIM DE ENCONTRAR O PARAÍSO

 


 

Mário Querino & Manoel Galvão 05/01/2024

Quando eu era moço,

Um dia fiquei louco

E fugi para São Paulo.

Quando lá eu cheguei,

Polícia eu encontrei,

E com mãos de calos,

 

Não fui bem recebido,

E como um bandido

Fui pisado e chutado.

Não aguentando mais,

Arrastaram e a atrás

Das grades fui jogado.

 

E esperando o choro,

Eu cantava um coro

Que dizia bem assim:

“Cantarei ao Senhor,

Porque Ele lançou

Alguém longe de mim.”

 

Me tirando da prisão

Me aplicaram injeção

E me soltaram na rua.

Então, eu saí à-toa

Sem nenhuma pessoa

Naquela noite de lua.

 

Sem nenhuma noção,

Com meus pés no chão,

Pelas ruas e avenidas,

Eu fui até achar a casa

Onde nela morava

Uma grande amiga

 

Casada com alguém

Que era também

Do meu bom Distrito.

E quando eu entrei

Sim, na casa eu dei

Um susto ao patrício

 

Que não esperava

Eu chegar à sua casa

Naquela vil situação,

Muito feio, barbudo,

Sujo e sim, cabeludo

E com os pés no chão.

 

Daí eles mandaram

Me lavar e ajeitaram

Roupa e calçado.

Essa amiga é a Elenita

Que na memória fica

Com o Sr. Everaldo.

 

Daí então, eu voltei,

Com Marisa me casei

Encarando zombaria.

Hoje, já estou ditoso,

Sendo um vitorioso

Na Chácara Santa Maria,

 

Que todo mundo diz:

“É no cantinho do país

Sim, um paraíso.

Ora, eu até já acredito,

Pois é um lugar bonito

Onde aufiro amigos.

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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