Ora, após o almoço,
Fiquei no alpendre
Claro, com D. Marisa
Que já me entende
Aqui neste Planeta
Intitulado Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Pindobaçu
Onde se localiza sim,
Minhas bananeiras
Pois hoje para mim
Sou morador de fé
Na área da Bananeira
Dos Pretos, e ainda
A minha vida inteira
Fico em Bananeiras
De Santa Efigênia, já
Que a minha Chácara
Santa Maria está
Entre as bananeiras,
Quer dizer, faz parte
Das 2 comunidades
E são sim, destaques.
Então, meu filho Acaz
Veio trazer a menina
Maya para ficar aqui,
Atuação boa e divina,
Contudo, com alguns
Minutos depois Maya
Sentiu profunda falta
Do pai, eu disse: saia
E vá para a sede sim
Do amado Distrito,
Pode ficar tranquila
Que sozinho eu fico
Na chácara titulada
Santa Maria, e assim
D. Marisa fez na boa.
Como tudo pra mim
É normal e há tempo
Para tudo na Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra,
Fiquei aqui sozinho,
E andorinha só não
Faz verão, eu entrei
No quarto da solidão
E me deitei na boa.
Daí peguei a sonhar:
Ora, vi todo o meu
Trabalho neste lugar
E refleti com a visão
No futuro, pois já
Sou visado também
Pela Morte que está
Esperando eu vacilar
Para dar o seu golpe
Certo, para me abolir,
Mas sei que a Morte
Ainda tem um limite
E ela não chega não,
Se o Senhor Deus
Não der a permissão.
Eu voltei ao passado
E pensei bem assim:
Ora, passei por tudo,
E tintim por tintim
Eu já venci tudo isso,
A Morte nunca quis
Papo comigo. Ora,
Sempre vivi no país
Como adventício sim,
E a Morte nem ligava
Tenho uma família,
Já escrevi livros,
Tenho filhos e netos
Bonitos e queridos,
Plantei várias árvores
E vivo ditoso da vida
Ao lado desta Mulher
Intitulada D. Marisa,
E comecei a viver sim
Agora, a Morte quer
Acabar com o prazer,
Você acha que isso é
Lícito pra quem lutou
Contra uma loucura,
Contra o Covid-19,
Contra uma criatura
Que depreciou a vida
Desse cara romântico,
Apaixonado e sensível
Que vive neste canto
Trabalhando em prol
Do bem e ver a Terra
Sobretudo meu bom
E amado pé de serra
Dando sim seu fruto
Na boa, para alegrar
Esta gente e a vida
Que quer continuar
Ao lado desta Mulher
Que é dádiva de Deus
E zela sim, desse cara,
E esse cara sou eu,
Que já estou na mira
Da miserável Morte!
Ora, já sei que eu vou
Estar às mãos, sorte
Dela por me esperar
Ficar velho e fraco.
Se não, ela iria se vê
Comigo, meu braço
Eu não daria a torcer.
Ora, eu vendo tudo
Isso que já construí,
Fiz profundo estudo
E percebo que é sim
Só fadiga e ilusão.
Pois a Morte já quer
Tirar esta satisfação
Que eu já tenho aqui
Depois de árdua lida
Ao lado desta Mulher
Intitulada D. Marisa.
Então, o que eu fazer?
Ora, abaixar a cabeça
E pensar bem melhor,
Ver que neste Planeta
Não sou melhor não,
Que ninguém aqui,
E se eu vou morrer,
É porque eu já nasci
Neste Mundo sim,
E quando eu cheguei
Já havia 3,5 bilhões
De legatários, e sei
Que já tem 8 bilhões
De irmãos visando
Um espaço melhor,
E eu aqui já ficando
Velho e sem a força,
Acha que terei aqui
Alguma vantagem
Sobre a Morte, se vir
Querer acabar sim,
Comigo na Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra?
Por que ela não veio
Quando eu era moço?
Porque ela via que
Eu era muito louco,
E não dava o braço
A torcer na Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra.
Agora, se ela chegar
Já vem com certeza
De me levar na boa,
Porque a fraqueza
Que eu já estou sim,
Até um garrancho
Derriba-me no chão,
Então, não ligo tanto,
Tanto faz ela vir aqui
Como ficar por lá,
Agora, eu só tenho
Vontade de glorificar
O nome do Senhor,
Claro, de Jesus Cristo,
Porque já me aturou
E atura no Distrito
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E já estou velho sim,
E a Morte já quer vir
Tirar o meu prazer
Que já tenho na vida
Ao lado desta Mulher
Intitulada D. Marisa.
Então, cada hora que
Eu vivo, eu desfruto,
Porque para mim
Já é sim grande lucro.
Daí me acordei e quis
Redigir do meu jeito.
Daí então, D. Marisa
Chegou e satisfeito,
Pedi a boa merenda
Que gosto: bolachão
Leite e chocolate,
E ela fez de coração.
Não fico triste por
Saber que a Morte
Já está me visando,
Mas feliz pela sorte
Que eu já tive por
Chegar aos 60 anos
De vida nesta Terra,
Cantinho baiano.
Canções românticas
Apaixonadas e bregas,
Pra mim seria o ideal,
Sei que, quem carrega
Um esperado caixão
A tristeza sempre foi
A sua aliada aqui,
Mas entre nós dois
Não haverá acordo,
Porque eu a odeio,
Então, nesse dia não
Quero tristeza, creio.
Ora, entre as dores,
Torturas, desprezo,
Desamor e traições,
Eu não fiquei preso
A nenhuma tristeza,
Agora, que já estou
No caminho do Céu,
Me levarão com dor,
Lamentos e tristeza?
Agora, tudo é alegria,
Ninguém venha chorar
Na Chácara Santa Maria.
Eu vou-me embora,
Mas meu nome ficará,
Para quem quiser
De mim se lembrar,
Porém, se lembre sim,
Com prazer e alegria,
Porque odeio tristeza,
E comigo não se alia.
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