quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

JAMAIS SE MOSTRE COVARDE DIANTE DO INIMIGO


 

Mário Querino 18/01/2024

Ora, após o almoço,

Fiquei no alpendre

Claro, com D. Marisa

Que já me entende

 

Aqui neste Planeta

Intitulado Terra,

Mormente no meu

Amado pé de serra

 

Titulado Pindobaçu

Onde se localiza sim,

Minhas bananeiras

Pois hoje para mim

 

Sou morador de fé

Na área da Bananeira

Dos Pretos, e ainda

A minha vida inteira

 

Fico em Bananeiras

De Santa Efigênia, já

Que a minha Chácara

Santa Maria está

 

Entre as bananeiras,

Quer dizer, faz parte

Das 2 comunidades

E são sim, destaques.

 

Então, meu filho Acaz

Veio trazer a menina 

Maya para ficar aqui,

Atuação boa e divina,

 

Contudo, com alguns

Minutos depois Maya

Sentiu profunda falta

Do pai, eu disse: saia

 

E vá para a sede sim

Do amado Distrito,

Pode ficar tranquila

Que sozinho eu fico

 

Na chácara titulada

Santa Maria, e assim

D. Marisa fez na boa.

Como tudo pra mim

 

É normal e há tempo

Para tudo na Terra,

Sobretudo no meu

Querido pé de serra,

 

Fiquei aqui sozinho,

E andorinha só não

Faz verão, eu entrei

No quarto da solidão

 

E me deitei na boa.

Daí peguei a sonhar:

Ora, vi todo o meu

Trabalho neste lugar

 

E refleti com a visão

No futuro, pois já

Sou visado também

Pela Morte que está

 

Esperando eu vacilar

Para dar o seu golpe

Certo, para me abolir,

Mas sei que a Morte

 

Ainda tem um limite

E ela não chega não,

Se o Senhor Deus

Não der a permissão.

 

Eu voltei ao passado

E pensei bem assim:

Ora, passei por tudo,

E tintim por tintim

 

Eu já venci tudo isso,

A Morte nunca quis

Papo comigo. Ora,

Sempre vivi no país

 

Como adventício sim,

E a Morte nem ligava

Para mim na Terra,
Hoje, que tenho casa,

 

Tenho uma família,

Já escrevi livros,

Tenho filhos e netos

Bonitos e queridos,

 

Plantei várias árvores

E vivo ditoso da vida

Ao lado desta Mulher

Intitulada D. Marisa,

 

E comecei a viver sim

Agora, a Morte quer

Acabar com o prazer,

Você acha que isso é

 

Lícito pra quem lutou

Contra uma loucura,

Contra o Covid-19,

Contra uma criatura

 

Que depreciou a vida

Desse cara romântico,

Apaixonado e sensível

Que vive neste canto

 

Trabalhando em prol

Do bem e ver a Terra

Sobretudo meu bom

E amado pé de serra

 

Dando sim seu fruto

Na boa, para alegrar

Esta gente e a vida

Que quer continuar

 

Ao lado desta Mulher

Que é dádiva de Deus

E zela sim, desse cara,

E esse cara sou eu,

 

Que já estou na mira

Da miserável Morte!

Ora, já sei que eu vou

Estar às mãos, sorte

 

Dela por me esperar 

Ficar velho e fraco.

Se não, ela iria se vê

Comigo, meu braço

 

Eu não daria a torcer.

Ora, eu vendo tudo

Isso que já construí,

Fiz profundo estudo

 

E percebo que é sim

Só fadiga e ilusão.

Pois a Morte já quer

Tirar esta satisfação

 

Que eu já tenho aqui

Depois de árdua lida

Ao lado desta Mulher

Intitulada D. Marisa.

 

Então, o que eu fazer?

Ora, abaixar a cabeça

E pensar bem melhor,

Ver que neste Planeta

 

Não sou melhor não,

Que ninguém aqui,

E se eu vou morrer,

É porque eu já nasci

 

Neste Mundo sim,

E quando eu cheguei

Já havia 3,5 bilhões

De legatários, e sei

 

Que já tem 8 bilhões

De irmãos visando

Um espaço melhor,

E eu aqui já ficando

 

Velho e sem a força,

Acha que terei aqui

Alguma vantagem

Sobre a Morte, se vir

 

Querer acabar sim,

Comigo na Terra,

Mormente no meu

Amado pé de serra?

 

Por que ela não veio

Quando eu era moço?

Porque ela via que

Eu era muito louco,

 

E não dava o braço

A torcer na Terra,

Sobretudo no meu

Querido pé de serra.

 

Agora, se ela chegar

Já vem com certeza

De me levar na boa,

Porque a fraqueza

 

Que eu já estou sim,

Até um garrancho

Derriba-me no chão,

Então, não ligo tanto,

 

Tanto faz ela vir aqui

Como ficar por lá,

Agora, eu só tenho

Vontade de glorificar

 

O nome do Senhor,

Claro, de Jesus Cristo,

Porque já me aturou

E atura no Distrito

 

Titulado Bananeiras

Onde eu nasci, cresci

E já estou velho sim,

E a Morte já quer vir

 

Tirar o meu prazer

Que já tenho na vida

Ao lado desta Mulher

Intitulada D. Marisa.

 

Então, cada hora que  

Eu vivo, eu desfruto,

Porque para mim

Já é sim grande lucro.

 

Daí me acordei e quis

Redigir do meu jeito.

Daí então, D. Marisa

Chegou e satisfeito,

 

Pedi a boa merenda

Que gosto: bolachão

Leite e chocolate,

E ela fez de coração.

 

Não fico triste por

Saber que a Morte

Já está me visando,

Mas feliz pela sorte

 

Que eu já tive por  

Chegar aos 60 anos

De vida nesta Terra,

Cantinho baiano.

 

Canções românticas

Apaixonadas e bregas,

Pra mim seria o ideal,

Sei que, quem carrega  

 

Um esperado caixão

A tristeza sempre foi

A sua aliada aqui,

Mas entre nós dois

 

Não haverá acordo,

Porque eu a odeio,

Então, nesse dia não

Quero tristeza, creio.

 

Ora, entre as dores,

Torturas, desprezo,

Desamor e traições,

Eu não fiquei preso

 

A nenhuma tristeza,

Agora, que já estou

No caminho do Céu,

Me levarão com dor,

 

Lamentos e tristeza?

Agora, tudo é alegria,

Ninguém venha chorar

Na Chácara Santa Maria.

 

Eu vou-me embora,

Mas meu nome ficará,

Para quem quiser

De mim se lembrar,

 

Porém, se lembre sim,

Com prazer e alegria,

Porque odeio tristeza,

E comigo não se alia.

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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