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Quando eu era menino
E ouvia zoada de avião,
Saía rápido sem destino
Junto com meus irmãos.
Ao chegar lá no quintal,
Ficava olhando pra cima
Procurando o local
E a luzinha que ilumina.
Então o avião passava,
Quando então eu o via
Bem alto eu gritava:
Avião me leva à Bahia!
Eu já estando na Bahia,
Pensando em Salvador.
Então ficava noite e dia
Escutando o seu motor.
Você acredita que ainda
Não conheço um avião?
Será que essa vida finda
E só verei fora do chão?
Deve ser muito legal
A gente voar no espaço,
Sabendo que o pessoal
Estar vendo lá de baixo.
Quando imagino nessa
Altura tão exagerada,
Será que o pobre Poeta
Pensa em coisa errada
Que não é do alcance?
Meu Deus, que horror,
Ficar assim tão distante
Elevado por um motor!
Preciso saber de tudo
E desfrutar do melhor.
Farei um bom estudo
Do que tenho ao redor.
Vejo o avião em livros,
Na televisão e Internet.
Meus irmãos e amigos,
Tudo isso já conhecem.
Deve ser bicho grande
E bastante resistente.
E ninguém se engane,
Ele cabe muita gente.
E conduz todo mundo,
Não se lembra de mim.
Não paro um segundo
De pensar tanto assim.
Bananeiras me prende
E tira o meu desejo.
Meu coração entende
Que sou um sertanejo.
Tem que ter a precisão
Para deixar Bananeiras.
Mesmo num bom avião
Reflito desta maneira.
Mário Querino – Poeta de Deus
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