Poeta Mário Querino 13/03/2017 |
Tem árvore merecedora
De crescer, crescer...
Mas alguém usa tesoura
Para contente não a ver.
A árvore insiste a crescer
E alguém poda com ira,
Porque a árvore pode ter
Boa sombra, e isso tira
A alacridade de alguém
Que somente tem ledice
Ao ver a árvore também
Humilhada e muito triste.
Um dia alguém viu sim
A árvore crescer,
crescer...
E isso foi tão ruim
Pra alguém que, ao ver
Pegou um machado e foi
Derribar pelo tronco.
Alçou o machado, depois
Disse: “Agora pronto,
Extirparei de uma vez
E porei outra no lugar.”
Como a árvore sempre fez
Sombra naquele lugar,
Com mais uns anos sim,
Um broto que nasceu,
E alguém já estava ruim,
Digo, a força desapareceu.
Esse filho da boa árvore,
Cresceu, cresceu,
cresceu...
Obviamente à vontade,
E sombra melhor deu.
Um dia alguém já velhinho,
Cansado, fez uma viagem.
Quando seguia o caminho
Deparou-se com a árvore
Que tinha grande sombra.
Daí contempla a estrutura,
Tira o seu chapéu e sonda
Depois diz: “Que frescura,
Dá até pra gente dormir!”
Admirado com o encontro,
Claro, começou a refletir,
Ao olhar bem viu o tronco
Já estragado pelo tempo.
Realmente, teve remorso,
E logo veio o pensamento:
“Ficar aqui jamais posso,
Porque esta árvore é filho
Daquela que eu podava
Pra lhe tirar do bom trilho,
Pois ela me incomodava
Quando eu a via crescer...
Seu filho é bem mais forte
E jamais vou lhe vencer!
Agora, qual será a sorte
Deste velho já cansado
Sem uma boa sombra ter?
Maldito aquele machado
Que fez sua mãe morrer!”
Mas o filho da árvore deu
Uma boa sombra ao cruel,
Mostrou que o amor seu,
De fato, é vindo do Céu.
Então, não impeça alguém
Crescer, crescer,
crescer...
Porque um tempo vem
Que alguém livrará você.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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