Poeta Mário Querino 01/03/2017 |
Um empregado chegou
Na casa de seu patrão,
Desconfiado lhe falou:
“Senhor, hoje não dá não,
Para eu ir ao trabalho.
Porque hoje é dia santo,
E sempre sigo o atalho,
Deus já tem dado tanto
Exemplo para quem lida
Na quarta-feira de cinza,
Que trago na minha vida
Conceito até hoje, ainda.”
O patrão disse: “Está bem,
Eu respeito a sua boa fé
E o seu direito também,
Sigas a Jesus de Nazaré.”
O empregado saiu sim,
E o patrão se perguntou:
“Este amigo veio a mim,
Foi por fé no Senhor?
Foi por uma preguiça?
Foi por uma tradição
Ou por uma injustiça
Para com o seu patrão?
Vou chamar ele aqui,
E fazer bom negócio.
Também vou descobri
Se eu ordenar posso.”
Daí mandou seu filho
Chamar o empregado.
Ele tomou o seu trilho
E veio bem apressado
Atender ao seu senhor.
Quando chegou disse:
“Teu empregado chegou.”
O patrão falou: “Não fique
Preocupado meu amigo,
Tenho coisa boa para ti,
Basta ajustares comigo,
Porém, não vou persistir.”
O patrão falou: “Amigo,
Vamos fazer um negócio?
Hoje, se for preciso,
Para ti, eu até posso
Pagar-te o dia dobrado.
Tu ganhas cinquenta,
E cinquenta de agrado.”
O servidor para e pensa...
Depois comenta assim:
“Patrão, será bom demais
Esse negócio para mim,
Mas já é tarde, e não vais
Ter um bom resultado.”
O seu patrão insistiu:
“Não fique preocupado.”
(Porque o seu patrão viu
Que o servidor estava
Muito interessado).
O patrão pra ele olhava,
E disse: “Pago triplicado.”
O empregado se animou
E sorridente disse:
“Irei trabalhar, ó senhor.”
O patrão ficou triste
Porque viu a insatisfação
Que o empregado tinha
Antes da combinação,
Só de mau gosto vinha
Lidar na sua propriedade.
Neste texto quem fala
Mais alto, a santidade,
Que é uma coisa rara,
A preguiça do servidor,
A sua velha tradição,
A injustiça, a fé no Senhor,
Ou o dinheiro do patrão?
Mário Querino – Poeta de
Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário