Poeta Mário Querino 01/03/2020 |
Um casal brigando
Por motivos banais,
Conversa vem sim,
E claro, também vai.
Daí então, o tempo
Permitiu o longo
Bate-boca até que,
Um já se dispondo
A morrer para ficar
Livre de seu cônjuge,
Então falou assim:
“Não sei para onde
Irei quando morrer,
Mas serei livre sim,
Para todo o sempre,
E serás livre de mim.”
Daí o outro objetou:
“Não vales 1 fósforo
Entre os vivos, serás
Bom entre mortos?
Para que a Morte
Te quer, se a Vida
Não está tão bem
Com a peça perdida,
A Morte desejará?”
Daí então, o cara
Olhou para o Céu
E viu nuvens claras.
E daí disse: “Ó Deus,
Te agraço por ser
Assim tão ruim aqui,
Pois este meu viver
Nem a Morte quer.
Que eu viva na Terra,
Até o Senhor quiser,
E neste pé de serra
Morra de paixão sim,
A minha boa Varoa,
Que achava ser livre
Da minha vil pessoa,
Que nem a Morte
Quer me levar não.
Por isso, agradeço
De todo o coração,
Por já ter me feito
Aqui, assim tão ruim,
Que até a Morte
Não gosta de mim,
Por ser um cara mau
Para essa Varoa,
Que briga comigo
E quer me ver à-toa,
Ao lado da Morte,
Mas eu dou glórias
A ti, ó meu Senhor,
Por ser ruim agora,
A ponto de não ser
Nem amigo da Morte.
Que eu fique aqui,
Ainda com a má sorte.
Porque a minha mãe
Dizia: “Quer ser bom?
Se mude ou morra.”
Ora, eu já alço o som
Dizendo: Deixe eu
Sendo ruim na Terra,
E quem for bom que vá...
Eu amo o pé de serra.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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