Poeta Mário Querino 19/03/2020 |
Hoje, olhei para mim
E vi com o semblante
Sem nenhum brilho,
Não tinha visto antes.
Daí veio a pergunta:
“Por que o semblante
Se transformou assim
Como nunca vi antes?”
Ora, a tristeza invade
O meu peito, a ponto
De chorar sem a dor,
Porém, estou pronto
Pra chorar até encher
Rios, riachos, lagoas,
Cisternas, tanques
E os Mares numa boa.
Ora, indague: “Por que
Chorar tanto assim,
Sem saber o motivo?”
A pergunta para mim,
É muito fundamental.
E as notícias não são
Boas para este povo
Do cantinho do sertão.
E ao pensar que tudo
Já estava indo bem,
A natureza se fecha
E a tal angústia vem
Com sentimento forte,
A ponto do coração
Bater, bater e bater
Sem nenhuma solução.
Como sou ser humano,
Sempre me aflijo à-toa,
Os olhos vivem a chorar,
Assim longe de pessoas.
Mas o que fazer agora,
Com a minha vida
Já repleta de angústia
Nesta terra querida?
Já contemplo a serra,
E vegetais verdejantes,
E percebo muito bem
Meu triste semblante.
Quando dou bom-dia,
Esperando animação,
Tenho uma resposta
Que julga meu coração,
Objeta por educação
E não por bom desejo
No amado pé de serra,
Meu terno lugarejo.
Quando dão bom-dia,
O olhar vira para o Sul,
E respondo animado
Na terra de Pindobaçu.
O calor está avançado,
Mas o meu coração
Se acha numa friagem
No meu bom sertão.
Ora, a conversa está
De fato, descomunal,
Já percebo o repúdio
Assim, a alma fica mal.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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