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| Mário Querino 30/03/2020 |
O Amor disse pra mim:
“Cara, eu te amo tanto
E você nem me liga!
Por que molhar pranto
Por quem já não está
Nem aí pra mim, ó cara?
Dê mais atenção a mim,
Amar assim é coisa rara,
Não menospreze não,
Larga o celular e tudo,
E vem me atender!
Não se faça cego, mudo
E surdo neste mundo
Intitulado Terra,
Ó cara, que vive feliz
Neste pé de serra!”
O que objetar ao Amor?
Claro, com franqueza
Vou responder assim:
“Ó meu Amor, a beleza
Influi muito nesta vida,
Porém, já fui chamado
Para ser deste jeito,
Sempre viver ao lado
De caderno, caneta,
Máquina de escrever
E hoje de computador.
Mas se tenho o viver
Para eu viver assim,
Ó meu terno Amor,
É por que amo a vida
De Poeta e Escritor.
Todavia, o Amor disse
Mais uma vez pra mim:
“Eu sou o Amor, e por
Te amar, aconselho sim,
Dê uma trégua e olhe
Mais pra mim, eu quero
Te amar e sentir calor
Do teu abraço sincero,
Quero te beijar sim,
Com todo o meu gás,
Fruir da quarentena,
Sem vaga pra Satanás.
Não fique triste não,
Isso veio para o povo
Se aquietar um pouco
Em casa, e ser de novo
Romântico, apaixonado
E sentimental, saber
Dá valor a família sim,
Que já não há prazer
Entre cônjuges, filhos,
Noras, filhas, genros,
E todos os demais sim.”
Eu falei: Amor, entendo
Que o Corona Vírus,
Tem um propósito sim.
Quantos saíam de casa
E os demais sem fim...
Mário Querino – Poeta de
Deus
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