Um jovem deixou o Distrito
de Bananeiras e foi parar no Estado de São Paulo, a fim de encontrar um emprego
para sobreviver bem melhor. Pois achava que o trabalho de roça não estava lhe
deixando satisfeito. Então resolveu deixar o Distrito de Bananeiras, e procurar
uma vida melhor no Estado de São Paulo, engano, sofreu muito, foi humilhado a
ponto de querer voltar ao seu lugarejo, mesmo sem lhe dar a vida que almejava.
Um certo dia, o jovem saiu
à procura de um emprego, sem conhecimento de nada das cidades do Estado de São
Paulo. Como o jovem não tinha dinheiro suficiente para andar de ônibus de uma
cidade para outra, seguiu do Distrito de São Miguel Paulista em direção a Mogi
das Cruzes, claro, andou bastante estrada afora, sem perceber a distância. Já desanimado
de tanto pegar filas nas portas de fábricas, resolveu pegar um ônibus até
Jundiapeba, Distrito de Mogi das Cruzes. Ao chegar na Fábrica de Papelão e não
encontrando nada, nem promessa, ficou na beira da pista esperando um ônibus
para regressar ao Distrito de São Miguel Paulista. Tudo bem, o ônibus apareceu
e o jovem entrou numa boa, mas acontece que, o seu dinheiro não dava para pagar
a passagem, por que na sua contabilidade a passagem custava X, em comparação
com a ida.
Mas o jovem não lembrou
que ele tinha andado até a cidade de Suzano a pé, motivo de pagar uma passagem
mais barata do que a passagem de regresso. Então, quando o jovem foi passar na borboleta
onde fica o cobrador, deu o dinheiro contado, quando o cobrador conferiu, falou
para o jovem: “Não é só este, é tanto.” O
jovem que tinha comido um pão com refrigerante e deixado somente o valor de
ida, indagou: “Eu não tenho mais, deixa eu passar a borboleta por esse
dinheiro?” O Cobrador respondeu: “Não, não posso fazer isso!” O jovem vendo que
o ônibus já estava perto do Distrito de São Miguel Paulista, perguntou
novamente: “Você deixa eu sair pelo fundo?” O Cobrador respondeu abusado: “De
jeito nenhum!” O Jovem começou a ficar nervoso e com medo do ônibus passar pelo
Distrito de São Miguel Paulista e lhe deixar no cetro da Capital, lhe trazendo mais
problema.
Como em todo lugar tem
pessoas do bem e generosas, um senhor puxou uma nota de 500 cruzeiros e deu ao
cobrador para tirar a passagem. Daí o cobrador ficou nervoso com o senhor e
falou que iria deixar o jovem passar pela borboleta do ônibus numa boa. Contudo,
o senhor insistia a ponto do cobrador criar uma confusão dentro do ônibus por
causa do Jovem que não teve dinheiro suficiente para pagar a sua passagem. Quando
o ônibus chegou no Distrito de São Miguel Paulista, o jovem desceu chorando, e
todos ficaram observando e pensando: “Ele chora de alegria por ter encontrado
um senhor generoso para pagar a sua passagem e ainda brigar por ele? Ou está
chorando por se sentir tão humilhado perante tanta gente desconhecida?” Só Deus
e o jovem Sabem!
Mário Antônio Querino da
Silva – Escritor de Cristo
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