Levei uma boa parte da
minha vida pensando que nunca iria me faltar a vontade de escrever poesia. Até fiquei
com raiva de meu pai, quando eu queria comprar uma máquina de escrever e ele
achava que não tinha retorno nenhum, pois tudo que eu escrevia era voluntário e
uma máquina nessa época era muito cara para suas condições financeiras e falta
de valorização cultural. Contudo, depois de muito eu insistir, meu pai comprou
uma máquina de escrever para mim e eu aprendi a datilografar a ponto de receber
um certificado de uma boa Escola.
Daí, eu escrevia dia e
noite quando estava em casa, às vezes até madrugava, meus pais achando ruim eu
ficar datilografando até 1 hora da madrugada, com o desejo de passar as
palavras poéticas para o papel, que era muito importante para mim e para os
amigos que gostam de poesias.
Então me casei e minha
esposa achava que eu era besta, pois escrevia muito quando estava em casa sem
outra ocupação, os vizinhos comentavam que eu passava a noite escrevendo e não
sabiam qual seria o meu objetivo, pois fazia tudo isso voluntário. Depois meus
filhos chegaram até a comentar no Colégio, que eu deixava de comprar pão para
comprar papel sulfite para passar o tempo inteiro escrevendo sem ganhar nada,
apenas por prazer de organizar as palavras poéticas.
Tudo bem, o tempo passou e
eu ganhei um computador bem antigo do Prof. José Carlos sem impressora, mas
muito agradável para um Poeta de Deus que se conforma com tudo que lhe serve no
momento. Quando eu já estava entendendo os programas do computador, tirei um empréstimo
no Banco do Brasil para comprar um computador completo, o qual deixou os
vizinhos dormirem em paz sem o barulhos das teclas da máquina de escrever.
Todo este investimento
para escrever poesia voluntariamente, sem pensar que depois de 34 anos de amizade
com as palavras poéticas, eu perderia a vontade de continuar com essa arte tão
encantadora.
Agora, com tanta
facilidade e bons recursos pensei em ser Escritor de Cristo, contudo, vejo que
as minhas palavras não correspondem com a ideologia do mundo moderno, pois me
acho muito careta, cafona e às vezes quero ser realista demais num mundo onde
reina um jeitinho para tudo e todos. Por esse e outros motivos penso em deixar
de escrever e procurar outra arte que não me envolva com comentários alheios,
pois muitas vezes me dá vontade de mostrar a realidade de forma transparente,
de uma forma ou outra, sou obrigado engolir calado. Então acho melhor fazer
outras atividades.
Mário Antônio Querino da
Silva - Escritor de Cristo
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