domingo, 11 de janeiro de 2015

TEM HOMEM QUE ENCARA UM LEÃO, MAS TEM MEDO DE ALMA INVISÍVEL

No Distrito de Bananeiras sempre teve homem corajoso, homem que fazia desafio e provava que era realmente de coragem. Então havia um homem no Distrito de Bananeiras, o qual usava um paletó preto, que chovesse ou que fizesse sol quente, era uma cultura dele.
Como no Distrito de Bananeiras sempre teve pessoas brincalhonas e gostam de bater resenhas, um certo dia de noite escura o homem estava batendo um papo gostoso com seus amigos e conterrâneos defronte à Igreja de Santa Efigênia. Daí começaram falar sobre homem corajoso onde citaram o nome de seu Joaquim, que era um homem muito corajoso e não tinha medo de nada, sempre ele andava pelas ruas no escuro, pois nessa época não existia iluminação pública no Distrito de Bananeiras.
Seus amigos que gostavam de bater uma resenha, perguntaram se ele tinha a coragem de ir ao cemitério que fica distante da Igreja de Santa Efigênia uns 300 metros. Sem dúvida, Seu Joaquim falou que tinha e lá não fazia medo nenhum. Então seus amigos fizeram uma vaquinha para arrecadar uma boa grana para dar ao Seu Joaquim, caso, ele fosse ao cemitério naquele horário, umas 11 horas da noite.
Então combinaram e fizeram o pacto, mas para terem a certeza se Seu Joaquim foi mesmo sozinho ao cemitério às 11 horas da noite, lhe entregaram um martelo e um arrancador de grampo para Seu Joaquim enfincar pertinho do portão do Cemitério da Paz do Distrito de Bananeiras.
Tudo bem, Seu Joaquim dentro de um paletó preto subiu em direção ao cemitério com coragem e desejo de ganhar a grana que seus amigos juntaram entre eles para lhe dar, caso, ele fosse ao cemitério às 11 horas da noite, noite escura.
Quando Seu Joaquim chegou ao Cemitério da Paz do Distrito de Bananeiras, se agachou e enfincou o arrancador de grampo no chão bem defronte ao portão do cemitério, mas acontece que, o arrancador de grampo também prendeu a ponta do paletó preto de Seu Joaquim, impedindo ele se levantar. Daí Seu Joaquim começou a gritar: “Socorro, socorro, socorro... uma alma está me segurando! Socorro, socorro, socorro... me ajudem, por favor me ajudem, uma alma está me segundo!”
Então seus amigos saíram correndo em direção ao Cemitério da Paz do Distrito de Bananeiras. Quando lá chegaram, Seu Joaquim estava com a ponta do paletó presa no chão com o arrancador de grampo. Os amigos quase morreram de rir, mesmo assim deram a grana ao Seu Joaquim homem corajoso, mas teve medo das almas que na sua imaginação lhe seguravam.

Mário Antônio Querino da Silva – Escritor de Cristo


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