Poeta Mário Querino 12/08/2015 |
Alguém já tinha 70 anos,
Ganhava salário mínimo
Porém, vivia reclamando
No cantinho nordestino,
Que a sua grana não dava
Para suprir a necessidade.
Então sempre lamentava,
Pois era rico na
mocidade.
Ele vivia na
extravagância,
Usufruía o abuso do poder,
Entrava na sala de dança,
Botava o povo para correr
E todo mundo respeitava.
Ele tinha um bom cavalo,
Na rua sempre esquipava
E cavalo idêntico era
raro.
Quando alguém chegava
Procuravam dar um fora,
Na sala alguém entrava
Sem tirar as boas esporas.
Alguém era tão orgulhoso
Que não atendia ninguém,
Alguém já se via poderoso
E cheio da grana também.
Porém, não era bem culto,
E o tempo foi passando,
A Técnica veio ao público
E alguém foi se apertando.
A Regra sempre exigindo,
Alguém se enfraquecendo
E no cantinho nordestino
Foi também aparecendo
Recursos para a maioria.
O povo já pôde comprar
Moto e tudo que queria,
Até carro ele viu no
lugar.
Alguém sem mais forças
Para fazer tudo que fazia,
Então ousou abrir a boca
E xingar a aposentadoria.
Mas, caso, se não fosse
ela
Teria até morrido de fome.
Usufruiu duma vida bela,
Mas não foi bom homem.
Achava que nada mal viria,
E não ocuparia a ninguém.
Agora nem aposentadoria
Esse alguém na vida tem.
Porque tudo já se acabou,
Somente resta a história,
Seu destino já lhe levou,
Só trazemos na memória.
Mário Querino – Poeta de Deus
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