Poeta Mário Querino 25/08/2015 |
Uma varoa com a mão
Percorria toda a feira
Pedido a cada irmão
Assim dessa maneira:
“Irmão, preciso tomar
Um remédio e é caro,
Não podes me ajudar,
Por favor?” Caso raro.
Então chegando perto
De um varão generoso,
Fez o clamor esperto.
O varão bem piedoso
Indagou pra senhora:
“Quanto custa, amiga?”
A varoa disse: “Vi agora,
Custa X, e levo a vida
Pedindo aos irmãos.”
O varão pôs no bolso
A sua abençoada mão
E tirou com bom gosto
Mais do que o valor
Que o remédio custava.
E para a senhora falou:
“Compres e vá pra casa.”
A varoa ficou agradecida,
Mas não foi pra sua casa
O varão refletindo a vida
Que essa varoa levava,
Ao encontrá-la pedindo
Do outro lado da feira.
O varão disse sorrindo:
“Mulher, é brincadeira?
Não já tudo conseguiu,
O que mais precisava?
Por que ainda persistiu,
Pedindo como estavas?
O custo do medicamento?
A varoa disse: “É tanto.”
Com bom contentamento
Ele se levantou do banco,
Tirou mais do que o valor
Do bolso e deu à senhora.
E depois assim falou:
Já é tarde, vá se embora.
A varoa muito agradeceu
E contente da vida saiu,
Mas na feira permaneceu
E a outros irmãos pediu.
Assim atua muita gente
Por esse mundo afora.
Nunca fica contente
Como não ficou a senhora.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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