quarta-feira, 12 de agosto de 2015

VOLTAR AO PASSADO É TOMAR UMA BOA LIÇÃO

Poeta Mário Querino 12/08/2015


Volto o tempo de criança,
Com sete anos de idade
Que corria com segurança
Pela rua da minha cidade.


Realmente, pês descalços,
E apenas com calça curta,
Percorria todos os espaços
Sem visar nenhuma culpa.


Às vezes a chuva aqui caía,
Eu tirava a calça e ficava nu,
E pelas ruas de chão corria
No cantinho de Pindobaçu.


Ficava debaixo das goteiras
E a chuva caindo sem parar
No Distrito de Bananeiras,
E esse tempo eu quis voltar.


Quando eu chegava em casa,
Minha mãe ficava inquieta,
Pois roupa não encontrava,
E dizia: “Agora vá perder esta.”


Daí com paciência me vestia
E eu ia pular nas camas
Ou fazer outras estripulias.
Minha mãe de novo reclama:


“Você parece que tem dois...
Não fica quieto um minuto!”
Olhava a minha mãe, e depois
Já lhe dava um grande susto.


Quando eu tinha sete aninhos
Eu já era muito criativo,
Às vezes desviava o caminho
Pra deixar meu pai pensativo.


Uns me chamavam de atilado
E outros de menino louco.
Eu fazia estripulia no povoado
Que até agora sinto o gosto.


Meu tempo passou tão ligeiro
Que não deu tempo eu viver,
Hoje conto pro mundo inteiro
Que a terceira idade vai ser


Bem mais especial para mim.
Quando eu era uma criança
Não via tanta coisa boa assim,
Este é o tempo de abastança.



Mário Querino – Poeta de Deus  

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