Poeta Mário Querino 07/09/2016 |
Alguém perguntou a mim:
“Acha-se um homem rico?”
Então eu repliquei assim:
Sou o mais rico do Distrito.
Pois quando eu era criança,
A minha pobreza era tão
Extrema que a lembrança
Ainda pranteia o coração.
Sou o 8º filho do meu pai
E há 3 irmãos mais novos.
Nossa pobreza era demais
Mas não faltava paz e gozo.
Minha mãe lavava a roupa
Com folha de gameleira,
Pois a condição era pouca
E não havia em Bananeiras
Tanto tipo de sabão assim,
Bom e para limpar ligeiro.
Escovava meus dentes sim,
Com as folhas de juazeiro.
Como sempre fui criativo,
Fazia as sandálias de sola.
Meu prato mais preferido
Quando chegava da Escola,
Suco de limão com farinha,
Disso muito eu gostava
E enchia a barriga minha,
E tem o sabor de coalhada.
Sempre dava o duro na roça,
Nunca fui de comer de graça,
Empurrei muito uma carroça
Cheia de concreto ou massa.
Nossa luz era de candeeiro,
Como sempre eu fui curioso,
Um vendeu no Distrito inteiro,
Comecei a fazer para o povo
Candeeiros para ganhar sim
Moedas para compra cocada,
(Doce que já tomara o fim),
Aqui não é mais procurada.
Não tinha água na torneira,
Minhas irmãs buscavam no Rio
Aipim que há em Bananeiras.
Hoje temos outro brio,
E me considero o mais rico.
E serei um milenário sim
Quando eu sair do Distrito,
Pois o Céu espera por mim.
Mário Querino – Poeta de Deus
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