Mário Querino 25/05/2020 |
O tempo está voando
E eu querendo seguir,
Mas enquanto penso,
Espero por ele e por ti,
E o meu tempo se vai.
O que eu fazer agora,
Não quis fazer antes
Quando as boas horas
Me davam boa chance
Para eu fazer tudo
Com fé, vigor e poder
Novo, e esse Estudo
Me convidava na sala
Para eu participar sim
Com mais atenção,
Mas, eu achava ruim,
Por ser um moço aqui.
Ora, os estudos viam
Que eu tinha a visão,
Contudo, eu só vivia
À esperar pelo tempo,
Mas o tempo jamais
Espera por ninguém.
Agora, olho para trás,
Vejo o tempo perdido,
Só por falta de noção,
Pois eu queria ser sim,
Esse cara no sertão,
Mas não dava o valor
Que já estou dando
Na minha 3ª idade,
No cantinho baiano.
Claro, agora é tarde
Para eu fazer o bem
Que estou almejando,
Pois o corpo não tem
Mais o devido vigor.
E o que então, fazer?
Esperar pelos outros
Que não tem prazer,
Assim, como eu não
Tinha na adolescência.
Então, se iterará tudo
Com o cara que pensa
Como pensava antes
Este cara que lamenta
Que o tempo passa,
E quanto mais tenta
Fazer coisas boas aqui,
O tempo corre assim,
Deixando eu para trás,
E tintim por tintim
Já se enfraquecendo,
Com cabelos brancos,
Muitas rugas no rosto,
Caindo nos barrancos
Sem mais força e vigor.
Já olha para trás e diz:
“Quanto tempo perdi
No cantinho do país,
E hoje, quero praticar
Algo bom com prazer,
Todavia a minha força,
Eu já vejo desaparecer
Ao lado do meu poder.
Por que eu não fiz
Tudo que quero fazer
Quando eu neste país
Era um adolescente
E um jovem robusto
Entre a Comunidade
E órgãos públicos?
Hoje, o espírito quer,
A alma e o coração
Almejam fazer tudo,
Mas o meu vigor não
Tem mais força assim,
Como eu tinha antes.
Hoje, vivo de vontade,
E não posso ir avante.
Às vezes eu penso:
Tantos novos no poder,
Cheios de grana e força,
Pode algo de bom fazer,
E esperam pelo tempo.
Não veem que o tempo
Não espera por nada,
E ele passa como vento.
Assim como me deixou
Para trás, deixará você
Sem fazer algo na Terra,
Após vai se arrepender
E será tarde demais.
Então, jovens da Terra,
Façam algo de bom,
Neste bom pé de serra.
Não sejam como eu fui,
Achando que o tempo
Iria fazer tudo por mim,
E ele se foi como vento,
Me deixando para trás.
Agora, já me dói tudo,
Pernas, braços e corpo
Por inteiro, sobretudo
Os olhos, que já estão
Fracos para enxergar
Bem melhor, a boca
Já não pode forte falar
Os ouvidos não ouvem
Como queriam sim
Ouvir as boas palavras,
O nariz cheira o ruim:
Poluição e tudo mais.
E as mãos ao fazer algo
Começam a tremer
E voltam ao passado,
Mas nada podem fazer,
Pois o que já passou
Não dará mais chance,
Ó meu amigo sonhador.
Hoje, não adianta ser
O cara mais esforçado,
O tempo te deu tudo,
E você deixou de lado.
Esperando pelo tempo,
E achando que Deus
Iria fazer seu trabalho,
E você aqui para comer,
Beber, se vestir, calçar
Às custas de seus pais,
Agora cara, ficou velho,
E não pode fazer mais
Nada. Se não ajuntou
Na tua mocidade,
Ó cara, na velhice quer
A boa prosperidade? ”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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