Quando a vida quer
Chegar ao fim aqui
No planeta Terra,
Não medra não, fugir.
Pra onde pensar de ir
Já fugindo da Morte,
Ora, lá a Morte já fica
Esperando pela sorte
Que a pessoa já tem.
Então, tenho 60 anos
De idade, e nunca vi
No cantinho baiano
Algum fugir da Morte,
Ainda nunca ouvi falar
Que haja escapatória,
Pois o que nasce está
Com a sua sentença
A ser findada na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra
Intitulado Bananeiras,
Onde eu um dia nasci
E já aguardo morrer,
Pois não ficarei aqui,
Porque não sou besta.
Se o Filho do dono
Da Terra e de tudo
Que há, no abandono
Deixou sim, tudo isso,
Eu que sou um pobre,
Vou querer ficar aqui?
É claro, você até pode
Achar que eu sou sim,
Apegado nas coisas
Que o Mundo oferece,
Mas acho ideia doida.
Porque a vida é sim
Complexa na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Então, eu só vivo aqui
Por precisão de viver,
Se não tivesse nascido,
Jamais eu iria morrer.
Por isso eu deixo sim,
De ser besta na Terra,
E não me apego em
Nada no pé de serra.
Ora, acha que eu vou
Entrar em depressão,
Só por que nesta vida
Me veio má ocasião?
Quando eu era moço
E vivia sim iludido,
Me tornei um besta
E fiquei enlouquecido.
Ainda bem, que não
Perdi o mais perfeito
Amor da minha vida,
Por ter vivido do jeito
Que eu vivi quando
Eu era um moço.
É óbvio, muito sofri,
Fiquei muito louco,
Mas Deus é comigo
E restaurou a vida
Do cara apaixonado
Pela Varoa, D. Marisa.
Mas com todo amor
Que reina ente nós,
Jamais eu vou dizer
Com orgulhosa voz:
Só a morte separa
Eu de D. Marisa.
Porque sempre vem
Surpresa nesta vida
Que Deus nos dá sim.
Mas eu não sou mais
Apegado em nada,
O que eu sofri já traz
Experiência pro resto
Desta vida que vivo
Ao lado de D. Marisa,
Que tem me seguido
Como Companheira
Do meu corpo, alma
E espírito também,
Por isso tenho calma
Pra viver no planeta
Que auferi esta vida
Para ser feliz junto
A Mulher, D. Marisa.
Mas já estou cônscio
Que vou me separar,
Vou virar sim, um pó
E D. Marisa não usará
Nem verá mais não,
No cantinho nordestino,
Porém, ficará gravado
O nome Mário Querino
Na tábua do coração,
Coração apaixonado
E mais louco do que
O meu no país amado
Intitulado Brasil. Ora,
Quando a vida quer
Chegar ao seu final,
Homem e nem Mulher,
Ainda sendo amante,
Não fugirá da Morte.
Pois quando ela vem,
Não há ninguém forte.
Mais uma coisa digo:
Estou vivendo a vida
Enquanto der para eu
Viver com a D. Marisa.
Alguém pode inquirir:
“Quando não der para
Viver com D. Marisa?”
Ora, eu sou um cara
Consciente que a vida
Apresenta surpresas,
Quando não der certo,
Eu viver, com certeza
Deus muda os planos
Da vida que ele dá.
Por isso não sou besta
Para preocupado ficar.
Não regressarei não,
Meu tempo de moço,
Que fui muito besta,
A ponto de ficar louco.
E ai de mim, se não
Fosse a D. Marisa,
Pra encarar loucura,
Arriscando sua vida
Ou o seu futuro feliz.
Mas a D. Marisa foi
Jovem de fé e amor
Por uma vida a dois.
Porém, por ser assim
Uma vitoriosa, não
Deve não, nem pensar
Que é a tal do sertão.
Porque a amiga Morte,
Jamais pensa nisso,
Aqui no planeta Terra,
Sobretudo no Distrito
Intitulado Bananeiras,
Onde eu nasci e vou
Morrer na boa sim,
Graças ao meu Senhor.
Alguém pode indagar:
“Você quer morrer?”
Ora, para não aceitar,
Teria evitado o nascer.
Como eu nasci, agora,
Tenho que querer
Com prazer e alegria,
Também o morrer.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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