Hoje, fui buscar areia
Na firma de um amigo,
Pra fazer um trabalho
Que fazer eu já preciso.
Ora, quando eu vinha
Com o carrinho cheio,
O pneu deu um pipoco.
Agora sim, eu já creio
No que a mãe Dedé
Dizia nesta boa terra,
Onde a gente merece,
Claro, no pé de serra,
Aprender os adágios:
“Não adianta madrugar
Se a noite é de escuro.”
“Homem preparado está
Valendo sim, por dez.”
Mas quando é para vir
Algo pra nossas vidas,
Nada poderá impedir.
Por isso agora eu creio
No que a minha mãe já
Dizia: “Quanto mais
O homem seguro está,
Mais provações vêm.”
Já foi muito bem dito
Que há tempo pra tudo,
Sobretudo no Distrito,
Intitulado Bananeiras.
Então, na vida é assim,
Quando está ditoso
Tudo é bom até o fim,
Porém, quando perde
Algo, muda o aspecto
E não quer aceitar não,
Ainda estando certo
Que, a verdade é esta:
Deve ter conceito sim,
Quando algo não der
Pra se trazer até o fim.
E onde há mais de um
Para ocupar uma vaga,
Só ficará o melhor,
Os outros vão pra casa.
Ainda sem aceitar não,
A esperada derrota,
Mas quem está na luta
Deve abrir uma porta
Para entrar ou sair
Sim, senão só empata.
O certo é passar feliz
Para o outro sua faixa.
Então, como o pneu
Do meu carrinho foi
Explodido, ditoso eu
Comprarei outro depois.
Porque já reconheço
Que chegou seu tempo,
Deu o que tinha de dar,
É o meu pensamento.
Agora, eu vou chorar
Porque perdi o pneu?
Não, quando eu puder
Ponho outro no meu
Velho carrinho-de-mão.
Eu não acho que seja
Algo perdido, se se sair
De mim. Agora, veja!
Entrarei em depressão,
Só por que um pneu
Explodiu e meu carro
Ficou sem ele? O Deus
Que me deu este carro
Com o pneu, pode dar
Apenas o pneu sim,
Disso não vou duvidar.
Ora, quando fui buscar
A areia, eu levei sim
Bomba por precaução,
Mas veio o mais ruim:
O pneu explodiu sem
Chance de eu encher.
De que valeu a bomba,
Se eu tive que trazer
O carrinho com o pneu
Rasgado? Mãe tinha sim
Razão pra dizer ditados
Que advertissem a mim.
Mário Querino – Poeta de
Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário