sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

COMO DAR SENTIDO À VIDA, SE A VIDA VIVE ENTRE DORES?

 


 

Mário Querino 27/01/2023

Hoje em dia, os dias

Já são contados sim,

Regressivos na Terra.

Por que diz pra mim?

 

Ora, porque tudo é

Voltando, em nada

Eu penso mais não,

No porvir, a jornada

 

Pende para o final,

A força enfraquece

E a minha mente

Hoje, já se esquece

 

De erigir algo maior

Que deveria ter feito,

E por falta de apoio

Vi a vida deste jeito.

 

Ora, o pouco que eu

Ainda faço é tanto

Quanto hoje mereço.

Então, fico no canto

 

Já esperando o final,

Mas fazendo agora

O que é admissível,

Pois não fiz outrora,

 

Quando eu tinha sim,

Boa força e coragem.

Contudo, eu não tive

Não, a oportunidade

 

Como já estou tendo

Sim, hoje em dia,

A ponto de construir

A Chácara Santa Maria.

 

Já pensou na minha

Juventude, eu tivesse

A chance que eu já

Tenho agora? Parece

 

Que hoje, o encéfalo

Ficou mais revolvido,

Enquanto, esperavam  

Sim, eu enlouquecido,

 

Broto com ideologia

Completamente nova,

Que todo mundo sim,

Com prazer já aprova.

 

Faço tudo com amor

Em prol de todos,

Mesmo que trabalhe

Na Terra feito doido,

 

Mas não para auferir

Não, muito dinheiro,

E sim, exibir algo bom

Para o Mundo inteiro.

 

Pois, se eu não fiquei

Rico, quando moço,

Agora, é que eu vou

Querer? Sou louco,

 

Para eu refletir assim?

Então, faço o melhor,

Até eu poder fazer,

Enquanto não virar pó.

 

Mesmo que eu viva

Bom tempo na Terra,

Sobretudo no Distrito,

Meu bom pé de serra,

 

A coisa não tem mais

Sentido, como eu

Queria dar o sentido,

Quando o corpo meu

 

Era jovem. Agora, é

Ter dores da velhice

Ao lado de D. Marisa,

Com prazer e ledice.

 

Certamente, dinheiro

Que eu ganhar daqui

Pra frente, só é para

Obter remédio por aí,

 

Digo, nas farmácias.

Velho é como bêbado,

Não pode ver um Bar,

Assim, eu já me vejo

 

Quando eu passo sim,

Defronte de Farmácia.

Sempre terei o que eu

Obter, até sem graça.

 

Já dói tudo em mim,

Quando uma dor sai,

Eu acho que vou ficar

Com D. Marisa em paz,

 

De repente chega sim,

No corpo outra dor

Pior do que a que saiu,

Daí então, eu vou

 

À Farmácia, procurar

Remédio, não para

Sarar, e sim, pra viver

Aliviado aqui, ó cara.

 

Entre dores eu vejo

Também vida alheia,

Sorriso pra D. Marisa

Sai de uma cara feia,

 

Por sentir essas dores

Que velho já sente.

Riqueza não há mais

Sentido para a gente

 

Ante de tantas dores

Que há no meu corpo,

Assim, como tem

Nos corpos de outros.

 

Então, nada trará não,

Mas sentido na vida,

Ainda com a Mulher

Intitulada D. Marisa.

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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