Hoje em dia, os dias
Já são contados sim,
Regressivos na Terra.
Por que diz pra mim?
Ora, porque tudo é
Voltando, em nada
Eu penso mais não,
No porvir, a jornada
Pende para o final,
A força enfraquece
E a minha mente
Hoje, já se esquece
De erigir algo maior
Que deveria ter feito,
E por falta de apoio
Vi a vida deste jeito.
Ora, o pouco que eu
Ainda faço é tanto
Quanto hoje mereço.
Então, fico no canto
Já esperando o final,
Mas fazendo agora
O que é admissível,
Pois não fiz outrora,
Quando eu tinha sim,
Boa força e coragem.
Contudo, eu não tive
Não, a oportunidade
Como já estou tendo
Sim, hoje em dia,
A ponto de construir
A Chácara Santa Maria.
Já pensou na minha
Juventude, eu tivesse
A chance que eu já
Tenho agora? Parece
Que hoje, o encéfalo
Ficou mais revolvido,
Enquanto, esperavam
Sim, eu enlouquecido,
Broto com ideologia
Completamente nova,
Que todo mundo sim,
Com prazer já aprova.
Faço tudo com amor
Em prol de todos,
Mesmo que trabalhe
Na Terra feito doido,
Mas não para auferir
Não, muito dinheiro,
E sim, exibir algo bom
Para o Mundo inteiro.
Pois, se eu não fiquei
Rico, quando moço,
Agora, é que eu vou
Querer? Sou louco,
Para eu refletir assim?
Então, faço o melhor,
Até eu poder fazer,
Enquanto não virar pó.
Mesmo que eu viva
Bom tempo na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra,
A coisa não tem mais
Sentido, como eu
Queria dar o sentido,
Quando o corpo meu
Era jovem. Agora, é
Ter dores da velhice
Ao lado de D. Marisa,
Com prazer e ledice.
Certamente, dinheiro
Que eu ganhar daqui
Pra frente, só é para
Obter remédio por aí,
Digo, nas farmácias.
Velho é como bêbado,
Não pode ver um Bar,
Assim, eu já me vejo
Quando eu passo sim,
Defronte de Farmácia.
Sempre terei o que eu
Obter, até sem graça.
Já dói tudo em mim,
Quando uma dor sai,
Eu acho que vou ficar
Com D. Marisa em paz,
De repente chega sim,
No corpo outra dor
Pior do que a que saiu,
Daí então, eu vou
À Farmácia, procurar
Remédio, não para
Sarar, e sim, pra viver
Aliviado aqui, ó cara.
Entre dores eu vejo
Também vida alheia,
Sorriso pra D. Marisa
Sai de uma cara feia,
Por sentir essas dores
Que velho já sente.
Riqueza não há mais
Sentido para a gente
Ante de tantas dores
Que há no meu corpo,
Assim, como tem
Nos corpos de outros.
Então, nada trará não,
Mas sentido na vida,
Ainda com a Mulher
Intitulada D. Marisa.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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