segunda-feira, 17 de julho de 2023

NINGUÉM TEM PRECISÃO DE ROUBAR NADA DE NINGUÉM, SE EU NÃO TE SERVIR, TERÁ OUTRO PARA TE DAR, ATÉ MELHOR


 

Mário Querino 17/07/2023

Ora, hoje eu tive sim

Um sonho engraçado,

E até agora nele eu

Tenho então pensado.

 

Eu, Mário Querino,

Estava dormindo sim,

Em alta madrugada

E tintim por tintim

 

Eu sonhei que tinha

Uma grande cisterna,

E havia peixes bons,

E alguém com terna

 

Alma cuidava bem

De seus bons peixes.

O filho foi sim pegar,

Seu pai disse: “Deixe

 

Em paz os peixinhos.”

Tudo bem, obedeceu

O seu bom filho.

Mas depois apareceu

 

Ali um cara achando

Que era dono sim,

Do lugar dos peixes,

E tintim por tintim

 

Pegou os peixinhos

Do amigo, sem deixar

Nada nessa cisterna

Que alguém cuidava

 

Com amor e prazer.

Daí alguém instalou

Com muita precisão,

Câmara de alto valor

 

Para pegar o ladrão

De seus peixinhos.

Porém, quem gosta

Retorna ao caminho

 

Com muito prazer.

Daí então, passados

Uns dias, de novo

O cara bem animado

 

Foi pegar os peixes

Que alguém cuidava

Todo dia, pois esse

Cardume só animava

 

Alguém quando feliz

Jogava sim a ração

Dentro da cisterna.

Daí então, o ladrão

 

De peixes, animado

Foi pescar na cisterna

De alguém que tinha

Uma alma terna

 

E votada aos peixes.

Quando alguém vê

Na câmara, ficou sim

Triste e sem saber

 

O que faria com o tal

Ladrão de peixes,

Porque o cara era sim

Seu amigo. “Se queixe

 

O meu coração, mas

O que eu devo fazer?”

Assim disse alguém

A fim de não perder

 

O seu bom amigo.

Mas como alguém era

Muito inteligente

Sobre a face da Terra,

 

Inventou uma arapuca

Com balde grande.

Ora, ninguém aqui

Na Terra se engane,

 

Porque tudo vai ser

Esclarecido, Deus

Vai fazer vir á tona 

O que faz você e eu.

 

E o olhar de Deus é

Mas claro que o sol

Mil vezes. E alguém

Criou algo em prol

 

Dos amigos peixes.

E o que fez alguém?

Ora, pegou o balde

Com tampa também,

 

E colocou perto sim

Da grande cisterna.

Ao vir à boa noite,

Com a linda e terna

 

Lua cercada com

Estrelas e planetas,

Alguém entrou sim

No balde, na cabeça

 

Colocou sua tampa

E depois se agachou

Dentro do balde,

E espera o pescador.

 

Daí lá vem o ladrão

De peixes da cisterna

De quem cuidava

Com sua alma terna

 

Sobre a face do Chão

De quem pescar gosta.

Ora, tuco, tuco, tuco ...

Assim batia as botas

 

Desse tal pescador

Ladrão de peixes.

Quando estava feliz,

Alguém disse: “Deixe

 

Ele pegar alguns sim,

Para eu poder sair.”

Quando o pescador

Começou a sorrir

 

Ao ver sim os peixes

Dentro da tarrafa,

Alguém falou assim

Com voz bem baixa

 

E também rouca:

“Ó meu amigo, não

Faça isto, não carece

Roubar, e sou irmão

 

Seu, por que não

Veio de dia pedir

Alguns peixes bons

Que já tenho daqui?”

 

O pescador ladrão

Saiu na toda, deixou

A tarrafa e a blusa

Boa, de alto valor.

 

Daí alguém começou

A dar gargalhadas,

A ponto de deixar

A sua calça molhada

 

De mijo. Ora, um dia

A sua esposa estava

Em algum lugar sim,

E triste comentava

 

Com as amigas que

No recinto também

Estavam a fim de algo.

E fala vai e fala vem,

 

Até que a esposa

Do pescador ladrão

Disse inocentemente:

“Ora, tinha um blusão

 

Muito bom e caro,

Meu esposo querido,

Mas não sei como

De casa foi sumido.

 

Daí estava sim lá

Alguém que cuidava

Dos peixes na boa,

E então perguntava

 

Tintim por tintim

Como era o blusão.

E a Mulher dava sim,

Sua boa informação.

 

Daí esse alguém que

Cuidava dos peixes,

Falou para a Mulher:

“Dona, não se queixe,

 

Pois eu achei essa

Blusa e guardei sim,

Em casa, mande seu  

Esposo vir até a mim,

 

Porque estou com

A blusa dele em casa.”

Daí a esposa ficou

Sim feliz, sem nada

 

Saber desse caso.

Quando a Mulher

Chegou à sua casa

Vê o marido, com fé

 

E alegria avisa sim,

Que a sua boa blusa

Estava sim lá na casa

Do amigo, sem dúvida.

 

Ora, seu marido deu

Um suspiro forte,

E depois disse: “Deixa!”

(Temendo a morte).

 

Mas a Mulher disse:

“Se não for buscar,

Eu vou, pois suou pra

Essa blusa comprar.”

 

Daí o marido falou:

“Você está louca,

Ó Mulher? Deixa isso

Pra lá! É coisa pouca.”

 

E agora, como agir

Perante a Mulher

E diante de alguém

Que com muita fé

 

Tinha esse amigo

Que visitava a casa

Onde no ambiente

Ele peixes criava?

 

Então, é melhor ir

Até ao amigo para

Solicitar algo bom.

Por isso seja um cara

 

Humilde no Planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no meu

Amado pé de serra.

 

Se precisar de algo

Meu, e eu tiver

Em mãos, pode vir

Com alegria e fé,

 

Mas venha na hora

Certa, para receber.

Pois fico muito triste

Na Terra ao saber

 

Uma história dessas,

Ainda sendo sonho.

Quer um peixe?

É claro, eu disponho,

 

Se eu não tiver vou

Feliz ao comércio,

E compro até fiado,

Acho que há credito

 

Para mim, é claro,

Não posso dar não,

Pra todos que fazem

Parte desta Nação.

 

Mas se eu tivesse,

Eu daria de coração.

Pois já passei fome

Em outra Região.

 

Do meu amado País.

Então, eu já sei a dor

Que causa a fome

Num corpo sofredor.

 

Mário Querino – Poeta de Deus 

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