Ora, hoje eu tive sim
Um sonho engraçado,
E até agora nele eu
Tenho então pensado.
Eu, Mário Querino,
Estava dormindo sim,
Em alta madrugada
E tintim por tintim
Eu sonhei que tinha
Uma grande cisterna,
E havia peixes bons,
E alguém com terna
Alma cuidava bem
De seus bons peixes.
O filho foi sim pegar,
Seu pai disse: “Deixe
Em paz os peixinhos.”
Tudo bem, obedeceu
O seu bom filho.
Mas depois apareceu
Ali um cara achando
Que era dono sim,
Do lugar dos peixes,
E tintim por tintim
Pegou os peixinhos
Do amigo, sem deixar
Nada nessa cisterna
Que alguém cuidava
Com amor e prazer.
Daí alguém instalou
Com muita precisão,
Câmara de alto valor
Para pegar o ladrão
De seus peixinhos.
Porém, quem gosta
Retorna ao caminho
Com muito prazer.
Daí então, passados
Uns dias, de novo
O cara bem animado
Foi pegar os peixes
Que alguém cuidava
Todo dia, pois esse
Cardume só animava
Alguém quando feliz
Jogava sim a ração
Dentro da cisterna.
Daí então, o ladrão
De peixes, animado
Foi pescar na cisterna
De alguém que tinha
Uma alma terna
E votada aos peixes.
Quando alguém vê
Na câmara, ficou sim
Triste e sem saber
O que faria com o tal
Ladrão de peixes,
Porque o cara era sim
Seu amigo. “Se queixe
O meu coração, mas
O que eu devo fazer?”
Assim disse alguém
A fim de não perder
O seu bom amigo.
Mas como alguém era
Muito inteligente
Sobre a face da Terra,
Inventou uma arapuca
Com balde grande.
Ora, ninguém aqui
Na Terra se engane,
Porque tudo vai ser
Esclarecido, Deus
Vai fazer vir á tona
O que faz você e eu.
E o olhar de Deus é
Mas claro que o sol
Mil vezes. E alguém
Criou algo em prol
Dos amigos peixes.
E o que fez alguém?
Ora, pegou o balde
Com tampa também,
E colocou perto sim
Da grande cisterna.
Ao vir à boa noite,
Com a linda e terna
Lua cercada com
Estrelas e planetas,
Alguém entrou sim
No balde, na cabeça
Colocou sua tampa
E depois se agachou
Dentro do balde,
E espera o pescador.
Daí lá vem o ladrão
De peixes da cisterna
De quem cuidava
Com sua alma terna
Sobre a face do Chão
De quem pescar gosta.
Ora, tuco, tuco, tuco ...
Assim batia as botas
Desse tal pescador
Ladrão de peixes.
Quando estava feliz,
Alguém disse: “Deixe
Ele pegar alguns sim,
Para eu poder sair.”
Quando o pescador
Começou a sorrir
Ao ver sim os peixes
Dentro da tarrafa,
Alguém falou assim
Com voz bem baixa
E também rouca:
“Ó meu amigo, não
Faça isto, não carece
Roubar, e sou irmão
Seu, por que não
Veio de dia pedir
Alguns peixes bons
Que já tenho daqui?”
O pescador ladrão
Saiu na toda, deixou
A tarrafa e a blusa
Boa, de alto valor.
Daí alguém começou
A dar gargalhadas,
A ponto de deixar
A sua calça molhada
De mijo. Ora, um dia
A sua esposa estava
Em algum lugar sim,
E triste comentava
Com as amigas que
No recinto também
Estavam a fim de algo.
E fala vai e fala vem,
Até que a esposa
Do pescador ladrão
Disse inocentemente:
“Ora, tinha um blusão
Muito bom e caro,
Meu esposo querido,
Mas não sei como
De casa foi sumido.
Daí estava sim lá
Alguém que cuidava
Dos peixes na boa,
E então perguntava
Tintim por tintim
Como era o blusão.
E a Mulher dava sim,
Sua boa informação.
Daí esse alguém que
Cuidava dos peixes,
Falou para a Mulher:
“Dona, não se queixe,
Pois eu achei essa
Blusa e guardei sim,
Em casa, mande seu
Esposo vir até a mim,
Porque estou com
A blusa dele em casa.”
Daí a esposa ficou
Sim feliz, sem nada
Saber desse caso.
Quando a Mulher
Chegou à sua casa
Vê o marido, com fé
E alegria avisa sim,
Que a sua boa blusa
Estava sim lá na casa
Do amigo, sem dúvida.
Ora, seu marido deu
Um suspiro forte,
E depois disse: “Deixa!”
(Temendo a morte).
Mas a Mulher disse:
“Se não for buscar,
Eu vou, pois suou pra
Essa blusa comprar.”
Daí o marido falou:
“Você está louca,
Ó Mulher? Deixa isso
Pra lá! É coisa pouca.”
E agora, como agir
Perante a Mulher
E diante de alguém
Que com muita fé
Tinha esse amigo
Que visitava a casa
Onde no ambiente
Ele peixes criava?
Então, é melhor ir
Até ao amigo para
Solicitar algo bom.
Por isso seja um cara
Humilde no Planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra.
Se precisar de algo
Meu, e eu tiver
Em mãos, pode vir
Com alegria e fé,
Mas venha na hora
Certa, para receber.
Pois fico muito triste
Na Terra ao saber
Uma história dessas,
Ainda sendo sonho.
Quer um peixe?
É claro, eu disponho,
Se eu não tiver vou
Feliz ao comércio,
E compro até fiado,
Acho que há credito
Para mim, é claro,
Não posso dar não,
Pra todos que fazem
Parte desta Nação.
Mas se eu tivesse,
Eu daria de coração.
Pois já passei fome
Em outra Região.
Do meu amado País.
Então, eu já sei a dor
Que causa a fome
Num corpo sofredor.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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