Poeta Mário Querino 11/04/2017 |
O mosquito está sim
Na terra de Bananeiras,
Todos acham ruim
E ficam a vida inteira
Visando esse mosquito.
Daí solicitaram Agente
Para o nosso Distrito,
De fato, bem urgente.
Então já chegou sim
Com veneno e bomba.
Ora, tintim por tintim
O mosquito vê e zomba:
“Você está aqui à-toa,
Gastando esse veneno.
Se a maioria das pessoas
Não está nada fazendo?
Mas faça o seu papel
E ganhe o dinheiro justo.
Isto agrada ao Pai do Céu
E também a este público.
Mas uma coisa sei dizer,
Não adianta nada não,
Esta pulverização fazer
No cantinho do sertão,
Intitulado Bananeiras.
Você fique sabendo
Que vivi a vida inteira,
E só agora estão vendo
Que eu sou o culpado?
O homem pinta e borda,
Depois fica pesteado
E culpa para mim joga.
Não sou ser moderno,
Vim antes que o homem,
Quando o Pai Eterno
Criou Adão, deu o nome.
Quantos bilhões de anos
Este mundo já tem?
Agora, ficam pintando
E bordando, após vem
Dizer que sou culpado,
Quando ficam doentes.
Eu sei que és forçado
Jogar veneno na gente,
Pois carece do dinheiro.
Fique sabendo disso:
Viverei o tempo inteiro
Neste amado Distrito.
Queira ou não queira,
Porém, fui o primeiro
A chegar em Bananeiras,
Ficarei o tempo inteiro
Voando neste Distrito.
Pois sou natural,
Já estou sabendo disso
Que querem meu final.
Mas é perda de tempo,
Porque o mundo é nosso,
E há uns mandamentos:
‘Amarás o teu próximo...’
‘Orai pelos teus inimigos.’
Não faço nenhum mal,
O homem põe no sentido
Que adoeço o pessoal.
Não vejo que é verdade,
Querem é acabar comigo,
Mas não têm capacidade,
Vão ficar enlouquecidos
E eu voando numa boa,
Mesmo sendo suspeito
No meio das pessoas,
Eu vivo feliz e satisfeito.”
Sabe por que o mosquito
Vive assim tão feliz
Em nosso bom Distrito?
Porque revidar nunca quis
E ainda é muito sabido
Que, “manda quem pode
E obedece quem tem juízo.”
Ao ver o veneno, ele foge.
Quando o fedor passa
Ele regressa mais forte,
Daí o homem acha
Que ele causa morte...
Mário Querino – Poeta de Deus
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