Poeta Mário Querino 14/04/2017 |
Alguém indagou ao amigo:
“Tens medo da morte?”
O amigo respondeu: “Não.
Não porque eu seja forte,
Mas porque não a conheço
E não vou ter medo
De algo que nunca eu vi
E ninguém disse o segredo
Que ela tem para matar
Os seres vivos desse
jeito.”
Alguém disse: “Queres ver?
Bebas pinga e vá
satisfeito
No seu bom carro por aí.”
O amigo respondeu:
“Não sou nenhum besta
Para gastar meu dinheiro
E ainda desafiar quem eu
Não conheço, nem ouvi
Falar sobre o seu poder,
E se vou ou não resistir.”
Alguém indagou de novo:
“Achas que a morte é boa?”
O amigo respondeu bem:
“Nada falarei dessa pessoa,
Ela nunca me fez mal,
Nem lhe fiz mal também.
A minha mãe já me dizia:
‘Meu filho, viva bem,
Quem não mexer contigo,
Deixa no seu lugar quieto.’
Assim eu estou fazendo,
E tem dado tudo certo.
Quando essa morte vier
Ter um encontro comigo,
Claro, vou lhe encarar
Ainda que seja vencido.
Afirmo que não correrei,
Estou pronto pra encarar,
Sei que nas suas mãos
Sofrerei, mas não vou
ficar
Acabado e sem esperança.
Faz tempo que me preparo
Para esse grande desafio.
Sei que custa muito caro
A minha preparação,
Para eu ficar firme e
forte
E não temer o encontro
Que eu terei com a morte.”
Alguém indagou outra vez:
“Estás louco, ó amigo?
Falas assim naturalmente,
Como nunca tinha ouvido...”
O amigo respondeu: “Claro,
Mesmo louco ou sabido,
Jamais ficarei com medo
De algo tão desconhecido.”
Alguém de novo indagou:
“Não conheces a morte?”
O amigo disse: “Não.
Quem já viu foi mais forte
E venceu, mas não diz
Como ela é pra ninguém,
Mas manda se preparar
Porque ela um dia vem
E só existem duas opções:
A primeira é Vencer
E a segunda é perder. O
forte
Viverá e o fraco vai
morrer.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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