Agora a pouco, dei
Uma volta na praça,
Vi a Roça do Judas
E gente com graça.
Pois andavam pelas
Ruas alguns caretas.
É claro, havia gente
Com ação malfeita,
Pois queria mexer
Na Roça do Judas.
Caretas enrabavam,
Era Deus me acuda,
Que os caras falavam.
Era uma carreira
Imódica pelas ruas
E praça de Bananeiras.
Fazia medo caírem
E se esbagoarem sim
No calçamento que
A chuva deixara ruim.
Claro, quando eu era
Jovem, havia mas sal
Aqui em Bananeiras,
Para animar o pessoal.
Existia bem mais luz
Nas brincadeiras
Que tínhamos antes
Aqui em Bananeiras.
Com a sábia Ciência
E a alta Tecnologia,
Os artistas do lugar
Não exibem alegria
Como no passado,
Embora, sendo leigos,
Sem o estudo e sem
Visar grana, e mesmo
Assim, ficavam noite
E dia, dia e noite, até
O povo permanecer
No lugar. Mas hoje é
Sim, muito complexo,
O povo não sabe não,
Brincar com paz, feliz,
E júbilo no coração.
Claro, no porvir será
Mais complexo sim,
Pois a Ciência cresce
E Tecnologia sem fim
Vai se enaltecendo
Aos pulos no interior
Aonde as brincadeiras
Tinham grande valor
Com os artistas leigos,
Que se apresentavam
Com amor e por amor
Aonde eles chegavam.
Hoje em dia, até servo
De Deus, que é artista,
Quando vai ao interior,
O cachê esperando fica.
E não é coisa pouca,
Além do cachê, regalia,
Senão, não aparece lá,
E o povo noite e dia
Se sacrifica para obter
Recursos para trazer
Esse artista famoso,
Que deveria ter prazer
Na obra do Senhor,
Pois já ganha salário
Para evangelizar sim.
Não seria necessário
Um artista de Deus
Fazer show visando
Um alto cachê, pois
A Igreja vive pagando
Para então evangelizar,
E evangelizar pobres.
Como o pobre vai ouvir,
Se só canta pra nobres?
Mário Querino – Poeta de
Deus
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