quarta-feira, 10 de abril de 2019

NESTE DIA O SENHOR DEUS CALA O MEU CORAÇÃO E RELATA MINHA TRAJETÓRIA ATÉ AQUI NO PLANETA TERRA

Poeta Mário Querino 10/04/2019



Voltando ao passado sim,
Desde quando eu nasci,
Revelo aos amigos tudo
Em síntese o que já sofri.


Quando eu tinha apenas
1 ano de existência sim,
Me surgiu uma doença
Que maltratou a mim,


Sem nenhuma piedade.
Pois estava desnutrido
E sem a boa esperança
De viver entre os amigos,


Para correr e brincar feliz
Em turmas no Distrito
Intitulado Bananeiras,
Meu cantinho bonito


E agradável para mim,
Como Poeta de Deus.
Então, nesse período
A doença apareceu


Para me levar à Morte.
Os antigos com sua luz
Diziam que, se a criança
Inchasse em cruz,


Não resistiria a Morte.
E eu estando inchado
Em cruz, veias azuis
Na cabeça, ali parado

Sem força para andar,
Era feio e desnutrido,
A pondo de mãe pôr
No quarto escondido


Este corpo que Deus
Me deu para viver
Ditoso e contente sim,
Escrevendo para você.


Assim, fui crescendo,
Feio e bem fraquinho.
Quando eu cheguei
Aos 7 anos, no caminho


Já tive um resplendor,
Melhor, já fui à Escola
Mais animado na vida,
Minha mãe, toda hora


Me ensinava a lição,
Quer dizer, o meu ABC.
Ainda ensinava contas
Para então eu aprender.


Ao chegar aos 10 anos,
Me apareceu na mente
Uma ideai importante,
Que é o sonho da gente,


Ser um bom Doutor.
Continuei estudando
Com anseio de ser
Neste cantinho baiano


Um Doutor Agrônomo
(Pois eu lidava na roça).
Aos meus 14 anos, eu já
Com as mãos grossas


E adiantado na Escola,
A Profa. Hilda Oliveira
De Menezes, do amado
Distrito de Bananeiras,


Obrigou aos meus pais
Me pôr no Ginásio sim,
Em Antônio Gonçalves.
Isso foi bom para mim,


Como a minha cultura
É outra, por ser da roça,
A Professora de Religião
Me castigou, isto força


Na minha vida eu ler
A Bíblia com mais vigor.
Pois foi por causa d’Ela
Que ela me castigou.


É claro, fiquei a sua aula
Inteira em pé chorando,
Sem poder desobedecer,
Pois pai já me esperando


Para saber de tudo sim,
Tudo que eu aprontei
Durante os 5 dias que
Na cidade eu passei


Estudando fora de casa.
Contudo, não desistir,
Mas tive um bom êxito
Durante o ano que vivi


De saudades do Distrito.
Aos meus 18 anos eu fui
Para São Paulo trabalhar
E estudar, como lá possui


Mais dificuldades que aqui,
Sofri a ausência da família,
De amigos e do pé de serra,
Me lembrava das trilhas,


Do Rio Aipim, dos riachos,
Dos insetos, dos vegetais,
Dos peixes, dos répteis,
Das aves e dos animais.


Lembrava da namorada,
Dos beijos e abraços,
Da conversa pura e sadia,
Mas pensava mais alto


O intelecto na cabeça:
“Eu quero ser um Doutor.”
Mas nada dava certo não,
Daí parei e disse: Eu vou  


Voltar ao meu pé de serra,
Porque não ficarei aqui
Somente para trabalhar
Sem o Diploma conseguir.


É claro, voltei chorando  
Sem nada nesta vida,
Achando que foi pior
A minha ilusão e essa ida.


Mesmo assim, essa ideia
Continuou na mente:
“Eu quero ser um Doutor.”
Aos 23 anos, fiquei doente,


Claro, me surgiu a loucura
Por causa desse desejo,
Daí, eu fugi para São Paulo,
E meu cantinho sertanejo


Chorava de preocupação,
Pois eu poderia morrer,
Distante por uma ilusão,
Que não traria o prazer...


Mas não deu certo não,
Voltei ao meu pé de serra,
Passei 2 anos solitário,
Ninguém nesta terra


Queria me amar, pois eu
Era um louco sem futuro.
Aos 26 anos, Deus viu
Que eu era um cara seguro


E tinha um propósito sim,
Embora, ter ficado louco,
Pelos desejos que a alma
E o espírito tinham gosto.


Então, preparou a Jovem
Maria José, para receber
Esse louco, já rejeitado,
Que antes trazia prazer


E depois ficou excluído.
Mas como Deus é Deus,
Ele fechou bem os olhos
Os ouvidos, e o nariz seu


Para não ver, não ouvir
E nem sentir o fedor
De doido que havia sim
No meu corpo. E o Amor


Fez com que Maria José
Abrisse o seu coração
Para me amar e me fazer
Assim tão feliz no sertão.


Hoje, dou glórias a Deus
Por ter chegado aos 57 anos
Com uma família linda,
Neste cantinho baiano.


D. Maria José, está feliz
Assim penso, e o povo
É testemunha do amor,
Da sabedoria, do gozo,


Da educação, do apreço
Que eu e minha casa
Tem por todas as pessoas
Que vivem na Terra amada.


Por fim, consegui o título
De Bacharel em Teologia,
Mas gosto de ser Pedreiro
E amo fazer poesias.


Obrigado Senhor Deus,
Por já ter chegado sim,
Aos 57 anos de existência,
Se hoje, chegar meu fim,


Morrerei feliz e satisfeito,
E esperarei, D. Maria José,
Alejandro, Acaz, Vanessa,
Luisiane, Brad e quem viver


Passar um tempo aqui
Neste planeta Terra,
Sobretudo, Bananeiras,
Meu querido pé de serra.


Mário Querino – Poeta de Deus

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