Acorda, ó D. Marisa,
Pra fazer sim o café,
Pois está com fome
O Zinho de D. Dedé.
Quero comer cuscuz
Com leite e nescau,
Porque preciso ralar
Sim, com alto-astral.
Por isso se acorde, ó
Mulher querida
Por Mário Querino,
Pra encher a barriga
Do cara que te ama!
Faz agora o cuscuz
E leite com nescau,
Pois a fome é a cruz
Que agora carrego,
E seu café será sim,
Bem mais gostoso,
Para ti e para mim.
Ora, a hora já está
Sem esperar, indo.
Por isso quer comer
Sim, Mário Querino.
Um cuscuz cai bem
Com leite e nescau.
Eu comendo agora,
Levanta meu astral.
Então se levante, ó
D. Marisa, por favor,
Faça o meu cuscuz
E o leite com amor,
Pois isso faz bem
A quem já está sim
Com muita fome,
Tenha dó de mim!
Se a senhora não
Se levantar eu vou
Agora para ti cantar
Com tristeza e dor:
Minhas tripas estão
Sofrendo nesta vida,
Por causa da cama
Que ama D. Marisa.
Isso não se faz não,
Com um cara que vai
Puxar enxada sim,
E esse cuscuz não sai,
Nem também o leite
Com nescau pra mim.
Eu vou cantar, cantar
E cantar até o fim.
Se não fizer o cuscuz
Não vou mais ralar,
Não ganharei grana
Nem a senhora terá.
Porque minha mãe
Para mim já dizia:
“Cama quente não dá
Nada a gente.” O dia
Vai indo, ó D. Marisa,
E está com fome
Seu Mário Querino,
Tem dó do Homem
Que te ama e quer
Comer sim, cuscuz
Com leite e nescau,
Em nome de Jesus.
Ora, quem não se
Ergue ouvindo isso?
Hoje já acordei até
O povo do Distrito
Titulado Bananeiras.
Ora, está com fome?
Cante lamentação
E logo vem em nome
De Jesus o seu café.
O meu é cuscuz sim,
Com leite e nescau,
Pois faz bem a mim.
“Honre seu pai e sua mãe. Desse modo você prolongará a vida na terra que Javé seu Deus lhe dá.” (Êxodo 20, 12)
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