Quando eu era criança,
Quer dizer, um menino,
Pensava sim diferente
No cantinho nordestino,
Eu já tinha uma visão
Caracterizada na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Nunca fui ambicioso,
Sempre gostei de arte,
Eu não era admirador
De poesia, o destaque
Era sim no artesanato.
No tempo de lapinha,
Eu ia sim para a casa
De uma amiga minha,
E lá eu fazia arranjos
De barro pra pôr sim,
Na lapinha e deixar
Bonita. Ora, pra mim
Era a melhor coisa
Que eu fazia na casa
De D. Luzia do Paizinho.
Lá ditoso eu ficava,
Pois era uma Família
Humilde, onde tinha
Meninas e meninos
Fazendo pra lapinha
Enfeites de barro sim
Para deixar tudo
Sim, bem organizado.
Mas hoje, eu estudo
A Cultura deste lugar,
E vejo que tudo virou,
Lapinha não há mais,
Parece que se acabou.
Brincadeiras sumiram,
Como: jogo de gude,
Pião, ferrinho e roda
Na noite de lua. Pude
Ainda lembrar que
Eu ficava na calçada
Com filhos de D. Dadá
E música apaixonada
Cantávamos. Não tinha
Receio não, de cantar,
Porque eu era menino
E não tinha tal caçoar
Das pessoas que não
Sabiam cantar aqui,
Pois o bom, era sim
Cantar pra se divertir
Com boa satisfação.
Me lembro que eu
Cantava canções de
Roberto Carlos. Meu
Prazer era dizer sim:
“Você deixou alguém
A esperar, você deixou
Mais um na solidão...”
E outras músicas boas
Que me traziam amor
E alacridade aqui,
Onde ainda eu estou
Somente para ouvir
Lindas canções sim
Do rei Roberto Carlos.
Pois cantar, pra mim
É muito triste para
Eu mesmo ouvir aqui.
Por isso não canto,
Mas gosto de ouvir.
Assim, a minha vida
Vivida no passado,
Sempre foi dum cara
Sempre apaixonado.
Hoje, essa Cultura já
Foi de água abaixo.
Agora, se eu cantar,
Sinceramente, acho
A minha voz já rouca
E o fôlego já curto.
Ora, ligo o computador
E Roberto, eu escuto
Lembrando do tempo
Em que era menino
No bom pé de serra,
Cantinho nordestino,
Tempo em que fazia
Artesanato, mas não
Tinha dom de poesia
Aqui no meu sertão,
Se eu já tinha, estava
Sim, oculto para mim,
E somente em 1980,
Que comecei assim,
Escrevendo, porque
A Professora pediu
A nós alunos, redação,
E meu coração sentiu
Almejo de fazer poesia.
E nossa Profa. Marisa,
Gostou dessa ideia
E iniciei ditoso da vida.
E graças a Deus que
Eu continuei sendo
Poeta até hoje, aqui
Onde estou vivendo
Sem profissão. Por
Que Mário Querino?
Porque o amor me faz
No recinto nordestino
Voluntário. Daí eu
Não me dedico não,
Em nenhuma arte
Que torne profissão.
E agora, eu já estou
Velho, com a vida
Cansada e dedicada
À Mulher, D. Marisa.
Ora, viver tranquilo
Dia e noite, noite e dia
Ao lado de D. Marisa
Na Chácara Santa Maria,
É a melhor dádiva que
O Senhor Deus me dá
Por amor a Jesus Cristo,
E Roberto, vou escutar
Para viver sim o amor,
Paixão e romantismo
Ao lado de D. Marisa
E também dos amigos.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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