Ora, a gente já ouve
Histórias à vontade,
E a gente mais fora
Fica dessa realidade.
“Por que, ó Mário
Querino, dizes assim
Com essa firmeza
Tudo isso para mim?”
Ora, o Reino do Céu
Não cabe prédios,
Mansões ou casas
Feitas de maneira
Ou mesmo de lata.
Daí ficam contando
Casos de Trancoso
No cantinho baiano,
A fim de ofuscarem
Pessoas que visam
Uma moradia boa
No Céu, pois a vida
No extenso planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra,
Não oferece coisas
Que superem essa
Ilusão de ter no Céu
Casa rica. O Poeta
Já intui muito bem
Que, lá no Céu não
Existe nada que nos
Dê com convicção.
“Por que, ó Mário
Querino?” Ora, eu
Mesmo sendo louco,
Entendo que Deus
Não edificaria não,
Uma cidade no Céu
Com desigualdade,
Se lá o povo é fiel
A herança cabe sim,
Pra todos em partes
Iguais. A não ser,
Que o Senhor ache
Mário Querino pobre
E ache você rico.
Daí Deus lhe tratará
Como Jesus Cristo
Não tratou ninguém.
Pois Jesus valorizava
Os pobres e advertia
Ricos que O amavam.
Tem pregadores sim,
Que se acham sábios,
E pensam que o Céu
É ambiente do Diabo,
Pra terem ostentação
E vida com regalia
Às custas dos menos
Favorecidos. Todo dia
Eu ouço histórias
E também escrevo
Histórias ou casos,
Porém eu percebo
Que a maioria sim,
Dos casos são casos
De Trancoso, como
Já dizia no passado
Mãe Dedé, para ver
A gente dar risada.
Quem acha que há
No Céu essa falada
Riqueza por gente
Que não conhece
Nem o atalho que
Leva quem merece
Morar lá nesse Céu?
Acha que, entre
Tantos pregadores
Ricos e atraentes
Pelo dinheiro aqui,
Um não ousaria ir
Para o Céu de bom
Gosto? Estão aqui
Por que? É porque
Toda essa riqueza
Que eles apregoam,
Não dá não, certeza
Que é verdade sim.
Pois quem quer ser
Rico aqui na Terra,
E não quer um viver
Mais rico lá no Céu,
Certamente, não há
Nenhuma convicção
De riqueza lá achar.
Pois muitos dizem:
“Pobre é o Diabo.”
E por que ficam sim,
Vivendo agoniados,
Se no Céu podem ser
Ricos? Ora, se eu
Tivesse essa certeza,
Que no Céu o meu
Viver seria melhor
Do que eu já tenho,
Eu iria hoje mesmo,
Mais como venho
Ouvindo pregoares
Oferecendo o Céu
Para todo mundo,
Contudo, não é fiel
Para dizer: “Eu vou
Largar tudo e fazer
Minha boa viagem!”
Se perguntar a você:
“Vai com ele cara?”
Sei não viu! Você
Dirá: “Vai com Deus,
Porque quero viver!”
Um cara puxando,
Enxada entre urtigas,
Espinhos, cobras
E também formigas,
Às vezes xingando,
Ou se lamentando
No meu pé de serra,
Cantinho baiano,
E sabendo que há
Um Céu repleto sim
De riqueza a espera,
E fica na Terra ruim,
Dá a entender que,
O seu Pregador não
Sabe nem a trilha,
Imagina, Dimensão!
Então, pensaremos
Na vida boa aqui,
Ainda sendo pobres,
E quem já quiser ir
Gozar dessa riqueza
Do Céu, deixemos
Que vá, nossa vaga
Jamais perderemos,
Pois Jesus já foi sim,
Preparar cada lugar,
E seu povo no Céu
Com Ele vai morar.
No Céu desigualdade
Não existe, por que é
Orador famoso e rico
Aqui na Terra, quer
Espaço de regalia lá
No Céu? O bom, é
Jesus amar pobres,
Até aqui, quem quer
Ser pobre? Seja fiel
Na sua boa resposta,
Pois assim o Senhor
Pode abrir a Porta
E já começar dizer:
“Vinde a mim, todos
Os que estais cansados...”
Quem vai? Só doido,
Pois Jesus está no Céu,
E para a gente chegar
Lá, é preciso morrer,
E daí? Vai encarar
A Morte para então
Ir morar com Jesus?
Já perdeu o medo
Dessa pesada cruz?
Não faz bem escutar
Orador que oferece
Sim, prosperidade,
Pois quem enriquece
É ele, e você apenas
Se ilude no Céu, lugar
Que não cabe a ele
Não, nada lhe dar.
Mário Querino – Poeta de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário