Poeta - Mário Querino |
A manhã eu vou sair
Para a cidade de Pindobaçu,
Vou deixar meu amor aqui
Dentro de um vestido azul.
Com certeza ela vai sentir
Saudade de seu Poeta.
Acho que vai querer ir
E seria a coisa mais certa
Se ela pudesse cumprir
Essa sua boa vontade.
Eu queria ficar aqui
Bem distante da cidade.
Mas como sou obrigado
Fazer essa viagem,
Fico ansioso e emocionado,
Pedindo a Deus coragem.
Já estou tão acostumado
No Distrito de Bananeiras,
Que fico preocupado
E passo a vida inteira
Pensando quando sou
Obrigado a sair
E deixar o meu amor
Sozinha aqui.
A manhã eu vou sofre
A dor da saudade,
Porque não vou ver
Meu amor na cidade.
Ah! Se ela pudesse ir
Comigo para Pindobaçu,
Pediria pra ela vestir
Aquele lindo vestido azul.
Obviamente todo mundo
Iria contemplar seus passos,
Jamais pararia um segundo
De observar beijos e abraços.
Como Maria não pode ir,
Eu vou andar sozinho,
Muita falta vou sentir
Sem o seu amor e carinho.
A manhã eu vou à Pindobaçu,
Região norte da Bahia,
E quem perguntar por tu,
O que será de mim, ó Maria?
Sei que eu vou chorar
De saudade e de dor,
Vou querer logo voltar
Para te abraçar, ó amor.
Em minha imaginação
Vou andar à toa,
Mesmo entre a multidão
Serei como o pássaro que voa
A procura de seu ninho,
Apressadamente pra descansar.
Vou me sentir sozinho
E de saudade vou chorar.
A manhã eu não queria
Ir para a cidade
E te deixar, ó Maria,
Morrendo de saudade.
A vida é cheia de obrigações
Que não podemos dissimular,
Mesmo tendo razões
Precisamos enfrentar
A dor da saudade
Quando somos obrigados
Visitar uma cidade,
Deixando no povoado
Um grande amor,
Dentro de um vestido azul.
A manhã eu vou
Andar sozinho em Pindobaçu.
Mário Querino – Poeta de Deus
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