Poeta Mário Querino 10/09/2018 |
Estava de barba crescida,
Achando que era normal,
Pois é uma obra de Deus,
Nosso amado Pai Celestial.
Daí encontrei meu irmão
Mais velho que eu sim,
E comentou muito bem
Perto dum PM e de mim:
“Estás de barba crescida,
E não deves ficar assim.”
Então indaguei: Por que?
Meu chefe usa até o fim
Do seu mandato, claro,
Penso que é normal,
É uma obra de Deus,
Nosso amado Pai Celestial.
Então o meu irmão disse:
“Não é pecado não, mas,
Aonde trabalhas tem
Crianças e realmente, faz
Com que elas se sintam
Receosas e isso é ruim.
E a sua função faz
Parte de aparência sim.
Claro, é obra do Senhor,
Porém, não é certo ficar
Com barba crescida,
É ultimato em todo lugar
Que alguém ocupa setor
Que estás ocupando
Para receber o povo
Deste cantinho baiano.”
Eu disse: Sendo assim,
Você tem toda a razão,
Não é nenhum pecado,
É questão da função
Que já estou exercendo.
Então à partir de agora,
Vou tirar esta barba
E claro, jogá-la lá fora.
Deixarei pra quando eu
Estiver aposentado
Fora desse meu setor
E num canto sossegado.
Porque é obra do Senhor,
O povo vive de aparência.
Quando eu for velho
Ninguém em mim pensa,
E não terei mais futuro,
Vai dar trabalho pra tirar
Minha barba entre rugas,
E com medo de cortar
O meu rosto, e se tiver
Aparecido diabete,
Aí é que não vão ligar.
E a barba cresce, cresce...
Somente vão querer tirar
Quando o corpo morrer,
E eu não ver mais não,
A barba crescer, crescer...
Mas a lembrança ficará
No intelecto dos vivos,
Que eu era um barbudo,
Mas de aspecto amigo.
Tinha prazer nas obras
Do Senhor nosso Deus,
E com a barba crescida,
Obviamente morreu
Com a consciência limpa,
Sem achar que é pecado,
Mas espanto para o povo
Que quer ser civilizado.
Mário Querino – Poeta de Deus
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