sexta-feira, 7 de setembro de 2018

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, DATA QUE A CRIANÇADA NÃO SABE MAIS O QUE SIGNIFICA


Poeta Mário Querino 07/09/2018

Hoje, são 7 de setembro,
Dia marcante no Brasil,
Eu ainda me lembro
De quando era juvenil.


Eu já tinha uns 12 anos,            
Profa. Hilda Oliveira
E Profa. Eunice, ensinando
Aqui em Bananeiras,


Fizeram o primeiro desfile,
Que esta data congratulava
Com seus alunos felizes
Que pelas ruas marchavam     


Atrás de uma Charanga
Que tocava comovente
E povo achando bacana
Isso no Distrito da gente.


Como sempre fui criativo
E faço tudo com fé e amor,
Eu fui um escolhido
Para ser o Imperador


Dom Pedro Primeiro aqui.
Eu estudava num Prédio
Escolar onde pôde existir
Pelo bom intermédio


Da Prefeitura Municipal
De Pindobaçu. Um colega
Que até hoje é legal,
O papel de ser índio pega


Para representar os índios
Nesse primeiro desfile
Que aconteceu e foi lindo,
Fez bananeirenses felizes.


Daí o tempo foi passando,
A Cultura também se indo,
Mas eu sempre lembrando
De Gilberto, menino índio


Que ao lado de Dom Pedro,
Mário Querino, posou e foi
Fotografado. O segredo
É que muito tempo depois


Esse Prédio passou a ser
Clube Social com o nome
De Marlos Wanderley,
Que foi grande homem


Para todos de Bananeiras.
Após o Prédio foi do PETI,
E a gora é a vida inteira
Um ambiente da Creche.


Como tudo muda na vida!
Esse Prédio tinha 2 salas
Bem largas e compridas,
Onde aconteciam as aulas.


Tinha uma área na frente,
Pequena aonde ficavam
As portas das salas. Ciente
Eu estou, pois ali estudava


Para ser hoje um Bacharel
Em Teologia, porém, só sei
Fazer poesia para o Céu
E a Terra que sempre amei


Se sentirem felizes comigo.
Tinha no fundo do Prédio
Outro espaço comprido
Que para nós era privilégio,


Pois no recreio brincávamos.
Esse espaço dava acesso
Às 2 salas e aos 2 banheiros
E tinha um portão aberto


Para entrarmos no quintal.
Era um espaço bem seguro
Na frente, tinha o principal,
Um bom e cumprido muro.


E nesse cumprindo muro,
Tinha um estreito portão,
Era um Prédio seguro
Na época, mas hoje não.


Então, sempre ao chegar
Esta data importante,
Eu começo a me lembrar
Do nosso viver de antes.


Tempo de uma inocência,
Mas de muito respeito,
De moral, de consciência
E de trabalho satisfeito,


Aonde Professor ensinava
Com prazer e alegria,
Porque seu objetivo visava
Nas crianças a sabedoria.


O Professor ganhava sim,
A metade de um salário,
E trabalhava a até ao fim,
Não ligava para horário.


Quem de manhã estudava,
E cometesse uma infração,
Escrevendo na sala ficava
Até chegar outro no portão.


Não tinha merenda assim,
Não tinha livro gratuito,
Não tinha lápis, caneta,
Caderno... Neste Distrito.


Tínhamos que trabalhar
Para ajudar os pais.
Hoje, só é para estudar,
E nada ninguém faz.


Chegam até à Faculdade,
Se tornam bons doutores,
Mas não há honestidade
Por visarem só valores


Financeiros, e não morais,
Éticos, culturais e em fim.
Hoje em dia está demais,
Por isso já escrevo assim,


Neste dia 7 de setembro,
Quando eu já tenho sim,
Mais de 56 anos, e vendo
As coisas chegando ao fim.


Mário Querino – Poeta de Deus

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