Eu, Mário Querino, vivo
No planeta Terra,
Mormente no Distrito,
Meu bom pé de serra
Intitulado Bananeiras,
Onde eu nasci, cresci
E estou vivo até agora.
Por isso continuo aqui
Com esta devida ideia.
Hoje, eu já parei para
Refletir um pouco mais
Sobre a vida deste cara
Que aprecia o tempo
E vê que no viver falta
Tempo para se fazer
Algo com mais graça.
Por que me falta sim
Esse tempo que cito?
Por não fazer quando
Era jovem no Distrito,
E agora, já chegando
Minha terceira idade,
Eu reconheço que eu
Deveria, na verdade,
Ter feito muito mais,
Para agora eu olhar
Com um olhar sim
De quem quer amar
Obra de minhas mãos.
Então, hoje em dia,
Já me arrependo sim,
De querer ter regalia,
Enquanto, eu poderia
Ter algo mais na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Contudo, eu achava
Que a mocidade não
Passaria e a velhice
Não viria neste sertão
Intitulado Bananeiras.
Por isso eu não dava
Tanto valor a minha
Vida, quando estava
Ainda vivendo a idade
De moço forte, sendo
Capaz de pegar leões,
E encarar tudo. Vendo
Essa minha vantagem
Deixei o tempo se ir,
E o tempo não espera
Ninguém se decidir.
Se nós não seguirmos
O tempo, nós vamos
Ficar para trás aqui
Neste cantinho baiano
Intitulado Bananeiras,
Onde eu nasci, cresci
E estou arrependido
Por eu não fazer aqui
Tudo que eu podia
Fazer durante a vida
Da minha mocidade.
Mas graças a Marisa,
Que eu agora, depois
De velho, ainda tenho
Esta força e vontade
Que eu sempre venho
Tendo ao lado desta
Mulher que eu amo
Neste cantinho feliz,
Meu cantinho baiano.
Então, você que ainda
Tem essa juventude,
Essa força e coragem,
Sobretudo a saúde,
Aproveite bem sim,
O tempo para fazer
Algo de bom na Terra,
Pois quando morrer,
Nada poderá faze não.
Pois Jesus já declarou:
“Nós temos que realizar,
Enquanto é dia...” vou
João
9,4
Agora correr atrás sim,
De um tempo que não
Voltará nunca mais.
Daí então, meu coração
Somente verá a fadiga
Do meu velho corpo,
Que almeja trabalhar
Só agora, feito louco.
Daí vêm as indagações:
“Quando eu era moço,
Nunca quis trabalhar,
E só agora, feito louco
Quero fazer o que não
Fiz quando podia sim
Fazer na boa, tudo
De bom para mim,
Por que só agora veio
Este almejo ardente
Para o meu coração?
Por que sou diferente
Só agora, quando sou
Envelhecido na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra?
Este é um dos motivos
Dos arrependimentos
Que tem meu coração,
Que vive neste tempo
Com tanta Ciência
E Tecnologia, e tendo
Celular e computador,
E nada mais podendo
Aprender por causa
Da minha mente que
Já está afadigada sim,
E o que devo fazer?”
Somente isto que vou
Falar: jovens, abusem
Do tempo de vocês,
Pois vocês têm saúde,
Força e ainda tudo
Isto que a boa Ciência
E Tecnologia dão sim,
Pra terem experiência
E no futuro a vida ter
Um bom sentido,
Pois não voltará mais
O tempo já perdido.
Daí então, viverão sim,
Feito eu, vendo tudo,
E não podendo fazer
Nada, pois meu estudo
Não acompanha não,
Este tempo presente,
Afinal de contas, sou
Um velho e já doente.
Por mais que eu queira
Fazer algo feito louco,
Não aguenta mais não,
Este meu velho corpo.
Então, aproveitem sim,
O tempo de vocês,
Que breve vai passar
E algo chegará, talvez
Com mais dificuldade
Para o ser humano
Viver no planeta Terra,
E no cantinho baiano
Não será diferente.
Então, aproveitem sim,
Enquanto há mocidade,
Não sejam iguais a mim.
Mário Querino –
Poeta de Deus
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