Ora, eu estava ralando
Debaixo do sol quente,
E falando com a colega
Me veio sim de repente
O indago: “Onde vende
“Chapéu de palha?”
A colega meramente
Disse: “Se não me falha
A memória, lá na feira.”
Daí inquiri com gozo:
Em Antônio Gonçalves?
Ela disse: “Um novo
Eu tenho, comprei para
Ralar, mas não fui não.”
Daí inquiri: me vende?
Ela disse: “Cedo, irmão,
Meio dia eu estarei
Em casa, e você pega.”
Continuei meu labor,
E na hora da trégua
Para o meu almoço,
Peguei o chapéu sim,
Para eu utilizar até
Então, ele ficar ruim.
Quando peguei a grana
Para pagar o chapéu,
Ela disse: “Não é nada.”
Daí falei: O Pai do Céu
Te abençoe, te guarde
Durante o teu viver.
Daí então fui trabalhar
Com mais prazer.
Ora, uma dádiva desta
Tem sim, mais sentido
Do que essas joias que
Temos visto e ouvido
Ditos feios nos meios
De Comunicação.
E um chapéu desse
Aqui no meu sertão,
Protege a mente sim
De gente honesta
Que luta pelo pão,
Fazendo a coisa certa.
Não há coisa melhor
Do que uma mente
Tranquila e sabida
Sobretudo inteligente.
E um chapéu de palha,
Cabe bem na proteção.
Por isso obrigado
Colega, pela oblação.
Mário Querino Poeta de Deus
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