Alguém quis saber se
É lícito furtar a mulher
Do próximo. O que eu
Objetar? Se ela quer
Acompanhar um cara
De boa vontade, não
É um roubo, é apenas
Desejo por uma ilusão.
Assim, não houve não,
Nenhum latrocínio,
Foi de vontade própria,
Pensa Mário Querino.
O cara não defraudou
Nada de ninguém não,
Se a mulher lhe seguiu,
Porque foi de coração.
Então, não cabe julgar
Nem condenar o cara,
Afinal de contas, isso
Não é mais coisa rara.
É um episódio que já
Está trivial na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra
Intitulado Bananeiras.
Onde eu nasci, cresci
E vivo com a Mulher
Que eu aqui conheci
E me apaixonei assim.
Ora, estamos colados,
Só Deus pode separar,
Assim tenho pensado.
Mas se caso ela tiver
Essa ilusão de seguir
Outro cara e deixar
Sim, eu sozinho aqui,
O cara não roubou
Ela de mim, ela achou
Que eu não prestava
Mais para ela, e visou
Outro lar bem melhor
Do que o nosso.
Então, ela fez bem sair,
Pois não faço negócio.
Afinal de contas, não
Sou dono de ninguém,
Mas se não quer ficar,
Ir se embora faça bem.
Então, eu não vejo não,
Que seja um furto,
Mas sim, uma curtição
Por um tempo curto,
Pois ao curtir sim, vem
O pesar, e vai querer
Para o marido voltar,
E na certa, vai receber,
Porque o outro não
Roubou-lhe, só pegou
De boa vontade para
Curtir e fruir do “amor”
Que ela almejou dar
Sem visar o resultado.
Ora, não é fácil para
Um cara apaixonado
Tolerar com paciência
E receber de volta sim
A pessoa que deixou
Numa situação ruim,
Em todas as áreas
Da sua vida na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Por isso não deve ter
Não, ciúme, rivalidade
Nem inveja, se auferir,
Com tranquilidade
Deve assumir o lance
Que viu passar na vida
Da mulher que tinha
Como a sua querida.
Mas eu como homem,
Acho que isso seja sim
Nojento, é uma volta
Que não agrada a mim.
Se não foi sequestrada,
E sim, de boa vontade,
Fique por lá até o fim
Dando-me a liberdade.
E quando isso incide
Na vida de um casal,
Ainda que tudo volte
Para ter união normal,
Esse convívio não será
Mais como era antes.
E quebrar de uma vez
O laço é importante.
Um homem não rouba
Uma esposa do outro,
Ela quem quer segui-lo
Por ilusão e bom gosto.
Então, não aconselho
Recebê-la de volta,
Porque qualquer raiva
Sai e já deixa a porta
Aberta para entrar sim,
Quando voltar de novo.
Daí carece tolerância
Para aguentar o povo.
Inquiro como homem:
Não acha uma nojeira
Um esposo receber
De volta à companheira
Que já se deitou com
Outro e após resolveu
Regressar arrependida
Para o ex-marido seu?
Porém, cada caso é um
Caso aqui na Terra,
Sobretudo no Distrito
Meu bom pé de serra.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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