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Hoje à tarde peguei a caneta
E procurando o que escrever.
Estava vazia a minha cabaça,
O motivo eu não sei dizer.
Então comecei a rabiscar,
As palavras foram chegando,
Cada qual em seu lugar
E a poesia se formando.
Daí eu fui tomando gosto,
E escrevendo lentamente,
Cada minuto, um pouco
E assim a minha mente
Foi se abrindo mais e mais,
Muitas palavras apareciam,
Contudo, ficaram para trás
Sem participar da poesia.
Então, eu prometi a elas,
Que as escreveria depois,
Formando uma poesia bela,
E assim combinado foi.
A mente ficou repleta
De palavras fiéis e amigas,
Só a mente de um poeta
É tão amigável e querida.
A mente já não cabendo,
Descem para o coração,
Lá estão todas querendo,
Já criaram uma confusão.
Uma grita assim: “Sou eu,
Que vou rimar primeiro!”
Outra já diz: “Meu Deus,
Amo este Poeta brasileiro
E não há tempo para mim,
Minhas amigas não deixam
Eu falar pra ele assim
A minha grande queixa:
Hoje tira um tempo amigo,
Para você me atender,
Quero estar nos seus livros
Que você quer escrever!”
Outras dizem com razão:
“Queremos participar agora,
Então prepare a sua mão
Para escrever até a aurora.
Você diz que é um poeta,
Então se vire amigo,
Queremos estar nesta
E também nos seus livros.
Escreva-nos nesta tarde
Para o mundo nos ler
Com amor e felicidade,
Daí refletir e depois dizer:
'Estas palavras brasileiras,
Hoje querem se organizar,
E seu Poeta de Bananeiras,
Com amor quis rabiscá-las'!”
O que eu posso agora fazer
Para escrever tanto?
Não tenho tempo de comer,
Quando paro num canto
Para dormir e descansar,
As palavras me aparecem
E tenho que me levantar,
Senão elas se aborrecem
E me fazem chorar de dor,
Dor de abandono.
Por isso sempre estou
Esquecendo-me do sono.
Alguém já me perguntou:
“Por que você não vende
Por um alto valor?
Sei que todos pretendem
Possuir um bom livro seu!”
Eu respondi com lágrimas:
Um Poeta de Deus,
Jamais vai vender palavras.
MÁRIO QUERINO – POETA DE DEUS
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