Poeta Mário Querino 03/08/2017 |
Certo dia eu ia num carro
E o motorista era sim
Varão que pregava justiça,
Mas fez algo muito ruim.
Durante nossa trajetória,
Iria ultrapassar na faixa,
Claro, num lugar proibido,
Quase perdemos a graça,
Mas Deus livrou do perigo.
O motorista comentou:
“Eu não quero ir ainda,
Vou ganhar para o Senhor,
É óbvio, muitas almas.”
Então eu respondi assim:
Eu já estou preparado.
O motorista disse a mim:
“Mas não deves antecipar
O dia de sua morte.”
Repliquei: Todavia, é você
Quem procura a má sorte,
Eu não estou pedindo
Para morrer agora.
Você quem quer matar,
Excedendo fora de hora.
A pressa é sim inimiga
Da perfeição e você
Se tornaria imprudente,
Caso, viessem acontecer
O já esperando acidente.
O motorista disse: “Claro,
Ninguém tem paciência
Quando dirige um carro.”
Então eu lhe aconselhei:
Quando quiser comer cru,
Me deixe ficar com fome
No lugarejo de Pindobaçu.
Sou mais a morrer de fome
Do que praticar a
injustiça,
Do que ter pão apressado,
Vindo do ilícito motorista.
O motorista respondeu:
“Você tem muita razão,
Eu sou agora o condutor
De vocês, ó meus irmãos.”
Daí eu respondi assim:
Nosso condutor é Cristo,
Se fosse pela sua vontade
Não teríamos saído disso.
Com certeza estaríamos
Já velados por parentes,
Conterrâneos e amigos
Que gostam da gente.
O Senhor sabe o que faz,
Prolonga a vida do Justo,
Por isso Ele nos livrou
E só tivemos um susto.
Ora, sinceramente, eu vi
Consciente tudo aquilo,
Mas deixei o motorista
Se sair bem tranquilo.
Estou pronto pra morrer
É óbvio, a qualquer hora.
Não sou besta de convidar
A cruel Morte agora.
Contudo, se ela me vier
Encararei com olhar feio,
Mesmo que ela tente
Me levar em Cristo creio.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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