Poeta Mário Querino 02/12/017 |
Eu pensava que não
Sairia nunca do Distrito,
Porque nasci aqui, mas
Pelo que eu vejo, isto
Traz grande desgosto
Por passar precisão,
Claro, falta de controle
Na nossa Administração.
Nunca fiquei mendigando
Um copo de água,
Agora eu vivo pedindo
Por não ter em casa.
Então eu vou combinar
Com a mulher minha,
Para irmos se embora
Para o povoado de Laginha.
Porque lá não tem não,
Nenhum representante,
Mas não tem esta falta
D’água, isto é importante,
Porque o povo paga sim
E tem direito de cobrar.
Agora, com que cara
Eu vou isso reivindicar,
Se não estou pagando?
Vou convencer a minha
Esposa para irmos morar
No povoado de Laginha.
É um povoado menor,
Mas há uma organização,
E quando o povo precisa
Reivindicar, tem a união.
Claro, nasci no Distrito
De Bananeiras, gosto
De viver neste lugarejo,
Mas sem água não posso
Viver neste meu lugar.
Não é que não tenha
Água suficiente aqui,
Todo mundo hoje venha
Ver a Barragem repleta
E o poço artesiano sim,
Jogando todos os dias
Água suficiente até o fim.
Contudo, fica no caminho,
Molhando as roças,
Mangueiras jorrando água
E ninguém se importa.
Todo mundo sofre calado,
Somente murmurando
Todos os dias no Distrito,
Meu cantinho baiano.
Então os incomodados
Que se retirem sim.
Meus sogros querem voltar
A morar na roça, é ruim,
Contudo, água lá tem.
Eu e minha amada mulher,
Visamos o Povoado de
Laginha,
Mas esperamos com fé...
Mário Querino – Poeta de
Deus
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