segunda-feira, 26 de março de 2018

VOLTANDO AO PASSADO NO DISTRITO DE BANANEIRAS




O celular fez eu lembrar
Meu tempo de infância.
D. Maria José assistindo,
Tive estas lembranças


Do meu velho tempo,
Que eu ia ao engenho
Comer a boa rapadura
E beber garapa. Tenho


Uma saudade danada
Do tempo de menino.
Subia no carro-de-boi
No cantinho nordestino.


Gostava de montar sim,
Em jegue, cavalo e boi,
Quando era bem manso.
Ora, esse tempo se foi,


E trago no pensamento.
Bananeiras era povoado,
E tinha poucas casas,
Não tinha nada calçado.


Nas ruas só tinha mato,
Buracos e também lama,
No tempo do inverno.
Hoje, este povo reclama,


Mas estamos civilizados.
As casas eram cobertas
De palhas e olho de cana.
Agora, nem na roça esta


Cobertura tem o rancho.
Esta vida me traz sim,
Muitas lembraças boas,
E até chegar ao fim


O meu coração poético
Fica assim pensando:
“O tempo andou ligeiro  
E neste cantinho baiano


Já penso que deixarei
Amigos e amigas,
Como já me deixaram
Nesta terrinha querida.


Eu não esperava chegar
Mais de 55 anos,
Porém, hoje, eu já vejo
Que tudo passou voando.


Meu fim já se aproxima,
E com essa Tecnologia
E a civilidade moderna,
Morrerei a qualquer dia.


Basta entrar num carro
Ou montar numa moto
E o motorista vacilar,
Daí, fazer nada eu posso.


O Distrito de Bananeiras
Dará o seu feliz adeus,
Por ter gerado um filho
Que honrou o nome seu.


Também eu me lembrei
Quando era criancinha,
Eu ia à casa de D. Luzia
Fazer enfeite de lapinha.


Seus filhos, meus amigos,
Brincavam na sua casa.
Ivonice, minha comadre,
Armindo, Neve afilhada


De meus pais, os demais
Eram mais velhos da família,
Mas tinha novos, Nininha
E Pedro. Era uma maravilha


Quando eu era criança aqui.
O tempo passou voando,
Hoje já estou quase velho
Neste cantinho baiano.


Porém, dou glórias a Deus,
Por esta vida de luta,
De altos e baixos, e firme
Na minha boa conduta.

Mário Querino – Poeta de Deus 

Poeta Mário Querino 26/03/2018


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