Poeta Mário Querino 12/05/2018 |
Um mestre sem renome
Chegou numa construção,
E nela lidava um Pedreiro
Sem nenhuma satisfação.
Pois não gostava de ser
Pedreiro, e só trabalhava
Para se manter sim,
E levar o pão à sua casa.
Era sim, um profissional
Muito estressado ali
Naquela construção.
Fazia o labor sem refletir,
Não queria medir nada,
Não queria usar prumo,
A linha era descartada,
O esquadro sem rumo,
O nível não era usado
E fazia tudo confiante
No seu próprio olhar,
Às vezes ficava elegante
O trabalho que ele fazia,
E às vezes torto ficava.
E o mestre sem renome
Tudo isso observava.
Mas nada podia dizer,
Pois a obra não estava
No seu bom comando,
Mas sua cabeça coçava
E a língua inflamava sim,
Todavia, não podia falar.
Pois se falasse, seria ali
Intruso, e certo não estar
Um mestre que não tem
Nada a ver com a obra,
Dar a sua devida opinião,
Ainda tendo erro de sobra.
Mas como ele era mestre,
E mestre precisa mostrar
O erro de um profissional
Que lida sem gostar
Do que está fazendo,
Usou estratégia na hora.
Daí chamou o servente,
Então comentou lá fora:
“Meu amigo, eu estou
Sendo mestre, não gosto
De ver nada errado.
Como na obra não posso
Me intrometer, eu farei
Um dano a propósito,
Finja que de nada sabe,
Após cuido do negócio.”
O servente perguntou:
“Que dano será, ó amigo?”
O mestre sem renome
Disse: “Deixa isso comigo,
Farei o bem ao Pedreiro,
E quando seu patrão
Chegar aqui terá sim,
Uma grande satisfação.
Aquele reboco, ó amigo,
Que ele está fazendo
Na porta, é feio e torto,
Eu vou passar querendo
Topar a ponto dele cair.
Ora, ele vai ficar nervoso,
Porém, você vai dizer
Com satisfação e gozo:
Meu caro amigo colega,
Ele também é mestre,
Pode consertar isso sim,
E este trabalho merece
Ficar adequado e bonito.
Por que você fica assim,
Estressado, se o mestre
Já viu tintim por tintim?
Daí traga a ferramenta,
E eu começarei a fazer,
Claro, você convidará
O Pedreiro com prazer
Para irem a outro setor.
Quando voltarem diga:
Que tal, ó amigo, a obra?
Agora fique feliz da vida,
Por ter mestre conosco.
Veja como agora ficou,
É claro, ficou perfeito,
Graças a Deus, Senhor,
Que mandou o mestre
E desmanchou a obra
Que não agradaria não,
Ao patrão. Coisas novas
Apareceram hoje aqui.
Importa o mestre está
Entre nós para fazer
Então o torto certo ficar.”
Mário Querino – Poeta de Deus
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