sexta-feira, 30 de agosto de 2019

É DE FULANO DE TAL?

Poeta Mário Querino 30/08/2019



Desde quando eu
Era jovem, recitei
Uma poesia sim,
Que até hoje sei


Gravada na ideia.
Como tem gente
No mundo inteiro
Que ler contente


Algumas poesias
Já feitas por mim,
Ouviu eu recitar
E comentou sim:


“Que texto bocó
É esse, ó amigo?
Como o cara pôde
Vê tempo perdido,


Redigindo asneira
E ainda alguém
Perde hora lendo,
E quer também


Que a gente fique
Dando ouvidos,
Pra ouvir besteira
Que tem redigido.”


Daí eu respondi:
Gosto deste texto
Pois me dá lição,
A qual já mereço.


Porém, não fui eu
Que redigi assim,
Foi fulano de tal,
Admirarei até o fim.


Daí alguém olhou
Pra mim e indagou:
“É de fulano de tal?
Ele é um Escritor,


Já escreveu novela,
Romance, contos
E tudo mais, ele
É um cara cônscio


De tudo que faz.
Tudo que ele diz
No texto redigido
Nos deixa sim feliz


Daí, eu para tirar
Honda de alguém,
Afirmei: Não cara,
Fui eu, também


Faço texto assim.
Daí alguém disse:
“Estás brincando?
Logo vi, não existe


Uma característica
De fulano de tal.
Pois a forma dele
Redigir é essencial.


Só por que alguém
Me vê deste jeito,
Não deu mérito
A esse bom texto,


Crendo que fosse
Eu o seu autor.
Então eu confesso:
Voluntário eu sou,


As minhas palavras
Não agradam, pois
É a fama quem traz
O valor de quem foi


Já lido por alguém,
Ainda não gostando,
Engole tudo calado
No cantinho baiano.


Mário Querino – Poeta de Deus     

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