Queria sentir ainda
Uma dor no coração,
Para saber o quanto
Ainda dói a paixão.
Porque na mocidade
Sofri uma grande dor,
E por já ficar curado
Pela força deste Amor,
Da dor já me esqueci.
Por isso queria sim,
Sentir a dor da paixão.
Então indago a mim:
Ó cara, você não acha
Que sofreu de besta?
Porque ninguém faz
Alguém neste Planeta
Gostar. E uma paixão
Só traz sofrimento,
Acaba com uma vida
E arruína um coração.
Então, você, ó cara,
Não vai sofrer mais
A dor de uma paixão,
Pois já é ciente e vai
Levar esse problema
Como algo normal,
Que já acontece aqui
Na vida do pessoal.
Você já é sim o cara
Desapegado de tudo,
Só vive para cumprir
A missão, sobretudo
No seu pé de serra.
Mas já é consciente
Que tudo pode vir
Nesta vida da gente.
Daí eu objetei assim:
Certamente, a paixão
Não comoverá assim,
Mais o meu coração.
Pois o meu intelecto,
Já tem outra ideologia,
Não se ilude com nada
Mais, nem com Maria,
Que é a minha varoa.
Por que ela é livre sim,
No dia em que achar
Vida melhor sem mim,
Quem sou, pra coibir?
Será melhor ela caçar
A sua felicidade sim,
Do que ficar sem amar.
Hoje, já entendo bem,
Que vim ao mundo só,
E só também voltarei
Pra ser o esperado pó.
Então por que agora,
Me iludirei na Terra,
Visando ser o melhor
No meu pé de serra?
Então, você está certo,
Passado, fica para trás
E me lanço para frente,
Não vale a pena mais,
Sofrer a dor da paixão.
Ninguém é de ninguém,
E quanto mais gostar,
Ora, mais pedras vêm.
Mário Querino – Poeta de Deus
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