Poeta Mário Querino 19/08/2019 |
Ontem, me deitei sim,
Já depois da 0 hora,
Logo no sono peguei,
Me acordei na aurora
E gente conversando
Na rua de Bananeiras,
Pois iria para a cidade
Participar duma feira.
É óbvio, hoje é um dia
De feira mais perto.
Por isso o povo ficou
Agitado falando direto.
Mas eu só quero dizer
Que nesta madrugada,
Eu sonhei assim,
Quando o sono estava
Me acalmando bem:
Numa cidadezinha
Havia um cara pobre
E ninguém dali tinha
Amor por ele, por ser
Um mendigo do lugar.
E isso fazia vergonha
A quem passava por lá,
Claro, por onde vivia
O mendigo na calçada.
Daí então uma pessoa
Exibiu a sua caçoada
Pra ultrajar o mendigo:
“Cara, se levanta daí,
Vai trabalhar, ó cara,
Agora, fica sentado aí
Só nos envergonhando.”
O cara vivia ultrajando
A vida do mendigo,
Que já ficava juntando
Muita gente ao redor.
Daí o mendigo sendo
Humilhado, falou sim
A verdade, recebendo
Do Espírito do Senhor,
Uma orientação assim:
“Irmão, não se atente,
Deus vai dar para mim
Uma casa boa e nova
Com um carro novo
Dentro da garagem.”
“Kkkkkkkkkkkkkkkkkk... ”
Nesse momento ia
Vindo um fazendeiro,
E também com ironia
Tirou uma da cara sim,
Do mendigo, dizendo:
“Cara, se você alcançar
O que está querendo,
Sem roubar, te darei
Uma das fazendas
Que eu aqui possuo.
Porém, você entenda,
Se você não roubar.”
O mendigo falou:
“Antes de 6 meses,
Com a fé no Senhor,
Terei a casa e o carro.”
O fazendeiro jurou
O seu bom desafio:
“Uma fazenda eu vou
Dar a você se obter
Tudo isso, sem roubar.”
Daí o mendigo pediu
Para ele então assinar
Um documento sim,
Garantindo a palavra.
Quando o fazendeiro
Foi, o povo deu risada
Do mendigo também.
Daí então o mendigo
Olhou para o Céu
E assim foi pedindo:
“Senhor, é a chance
De eu mudar de vida,
Dá-me uma sabedoria
E ideias mais precisas
Para eu encarar sim,
O repto do fazendeiro,
Sem eu roubar casa,
Carro nem dinheiro. ”
Daí o intelecto seu
Teve uma ideia boa,
Mandou ele procurar
A família, e a pessoa
Que pudesse lhe doar
A casa de brinquedo
Do filho, e um carro
Plástico, em segredo.
Então o parente disse:
“Para que você quer?”
O mendigo respondeu:
“É uma questão de fé,
Ora, com estas peças,
Vou melhorar sim
Toda a minha família,
E viveremos até o fim
Felizes, é um segredo.”
Daí o mendigo levou
Essa casa e esse carro
E na calçada botou.
É claro, todo mundo
Que passava ali, ria
Do mendigo, caçoava,
E ele só esperava o dia
Do fazendeiro passar.
Por fim, o fazendeiro
Apareceu e observou
Isso o tempo inteiro,
E meneando a cabeça
Disse bem baixinho:
“Esse cara é louco,
Pra que casa e carrinho
Nesta calçada da rua?”
O mendigo ouviu
E lhe olhou contente,
Depois pra ele riu.
Mas o fazendeiro quis
Do mendigo caçoar
Dizendo: “Ficou louco?
Pra que trouxe pra cá
Essa casa e carrinho?”
O mendigo declarou:
“Pra ganhar a fazenda
Que Deus determinou
Eu já ganhar hoje sim,
Das mãos do senhor.”
O fazendeiro rebateu:
“Você é louco? Eu vou
Cair nesse laço de um
Pra nada, ó cara?”
O mendigo calmo disse:
“A Justiça quem declara
A razão de quem tem.
Tenho um documento
Assinado pelo senhor
E assistes desse tempo
Em que o senhor quis
Me desafiar na calçada,
Quando eu não tinha
Nesta vida quase nada.
Mas Deus dá sabedoria
Aos humildes assim,
Como já me deu agora,
Não falei, e nem a mim
O senhor perguntou
Nada sobre essa casa
E nem do carro novo.
Agora, a nossa causa
Vai sim para a Justiça.
Se esse nosso Juiz for
Sabido e inteligente,
Eu auferirei do senhor
A fazenda, sem roubar.
Mas com a Sabedoria
Que na calçada da rua
Deus me deu neste dia.”
Então, não é preciso
A pessoa roubar algo
De alguém ou de órgão
Público e ficar enricado.
Basta usar a Sabedoria
Que o rei Salomão
Usou. Daí é só fazer
Tudo com satisfação,
Que se tornará sim
A pessoa mais rica,
Sem precisar fugir
Com medo da Justiça.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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